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Ministra cabo-verdiana diz que Governo não se pronuncia sobre "Caso Saab" que está na justiça


Joana Rosa, ministra da Justiça de Cabo Verde
Joana Rosa, ministra da Justiça de Cabo Verde

Em declarações à VOA, Joana Rosa garante que o país respeita “os direitos dos cidadãos e que se rege por regras democráticas”

A ministra da Justiça de Cabo Verde diz que o Governo não comenta o pedido feito pelo Conselho dos Direitos da ONU para suspender a extradição do empresário colombiano e embaixador especial da Venezuela, Alex Saab, para os Estados Unidos da América

Em declaraões à VOA, Joana Rosa avança que o país respeita “os direitos dos cidadãos e que se rege por regras democráticas”, no estrito respeito pela separação de poderes dos órgãos de soberania.

Para a governante, independente da posição dos advogados de defesa, num Estado de Direito, há que se respeitar as leis da república e aguardar serenamente as decisões dos tribunais.

"Estando o processo na alçada dos tribunais, acho que todos nós temos a consciência de conhecermos bem o quadro geral constitucional que temos , por isso deve-se aguardar a decisão do Tribunal Constitucional para o desfecho final do caso", sustenta Joana Rosa.

No que toca à referência do Conselho para que os direitos humanos de Saab sejam respeitados, nomeadamente a nível da assistênca médica, a ministra garante que as autoridades cabo-verdianas estão a agir nos termos legais.

"Respeitando os direitos, levando também em conta a situação de restrição a que está submetido o cidadão em causa", realça Joana Rosa.

A defesa de Alex Saab congratulou-se com a decisão, preliminar, do Conselho, que no entanto, admitiu que o posicionamento final pode ser diferente.

Processo na fase final

Alex Saab foi detido a 12 de Junho de 2020 no Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, na ilha do Sal, quando seguia viagem para o Irão, onde, segundo o Governo da Venezuela, ia negociar ajuda alimentar para o país, como forma de contornar as sanções impostas a Caracas.

Depois de um longo processo judicial, a 4 de Janeiro de 2021 o Tribunal de Relação de Barlavento decidiu pela deportação de Saab para os Estados Unidos, onde é acusado de lavagem de cerca de 300 milhões de dólares nos bancos americanos.

A defesa recorreu ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ) que, a 17 de Março, recusou mudar o veredicto do tribunal inferior e ratificou a extradição do colombiano.

Em seguida, a defesa recorreu ao Tribunal Constitucional que ainda não tomou uma decisão.

Há duas semanas, questionado por jornalistas, o procurador-geral da República, Luís José Landim, reiterou que a justiça aplicou a lei, a Constituição.

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