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Homens armados tomam conta de minas em Manica, polícia tem outra versão


Homens armados, supostamente da Renamo, ocuparam uma mina de turmalina, descoberta semana passada na região fronteiriça de Mavonde, distrito de Manica, no centro de Moçambique.

O grupo expulsou a Força Policial de Protecção de Recursos Naturais e Meio Ambiente destacada para controlar a área e os recursos após a descoberta, estando actualmente a explorar a mina, através de garimpeiros artesanais.

“A mina de turmalinas foi descoberta há dias e os homens da Renamo ocuparam o lugar. Eles agora estão a comprar as pedras preciosas a um grupo de garimpeiros, a quem deram instrumentos (enxadas, pás e picaretas) para explorar”, disse à VOA um garimpeiro da região.

Outro garimpeiro contou que “a polícia (de Proteção de Recursos Naturais e Meio Ambiente) veio também para controlar a mina e houve um forte tiroteio”, salientando que os homens armados continuam no local, que está a atrair vários estrangeiros, sobretudo os que se dedicam à compra e contrabando de minérios.

Entretanto, a polícia de Manica minimiza a situação.

A porta-voz do comando policia confirma a descoberta de uma nova mina de pedras preciosas em Mavonde, mas assegura que um contigente da Polícia de Proteção de Recursos Minerais e Meio Ambiente tinha o controlo da área para impedir o saque das pedras.

“Estão lá os colegas, mas estão a fazer o seu trabalho normalmente no contexto das suas atribuições”, disse Elcidia Filipe, sublinhando que a presença policial naquelas minas não era por qualquer ameaça da Renamo.

“Não constatamos nenhum anomalia, só que quando tomamos conhecimento da descoberta da mina, e dentro das atribuições daquela força, acabamos colocando lá os homens, mas não como supostamente os homens armados da Renamo estão naquele ponto e ou a dada altura pretendem apoderar-se daqueles recursos de forma ilicita”, completou Elcidia Filipe, negando que tenha havido confrontos entre a corporação e os homens armados na terça-feira, 14.

Vários tumultos já foram registados num passado recente durante uma acção para dispersar os garimpeiros que mostraram resistência à operação da polícia ambiental, para desactivar as minas ilegais na zona de Mavonde, uma vasta área de actuação ilegal na região transfronteiriça fértil em recursos naturais.

Oficialmente, o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, tem uma concessão mineira numa vasta mina de turmalinas em Nhampassa, distrito de Barue, não muito distante de Mavonde, que fica entre a cadeia de montanhas que divide Moçambique e Zimbabwe.

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