Um médico envolvido no combate ao surto de Ébola, na República Democrática do Congo, foi morto, ontem, 19, num ataque ao seu hospital, na região leste, informa a Organização Mundial de Saúde.
Vários homens armados de uma milícia local atacaram o hospital na cidade de Butembo, um dos epicentros do surto de Ébola, matando Richard Mouzoko, epidemiologista camaronês.
Um funcionário do Ministério da Saúde congolês e um motorista ficaram feridos no ataque, de acordo com uma declaração separada do representante especial do secretário-geral da ONU no Congo.
O director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, escreveu no Twitter: "Estamos indignados com o ataque.
O vice-presidente do município de Butembo, Patrick Kambale Tsiko, disse que os agressores atacam estrangeiros, porque acreditam erroneamente que estes levaram o vírus Ébola para o Congo.
Ele disse que a polícia procura os agressores.
Dezenas de grupos rebeldes estão activos no leste do Congo.
No início desta semana, o presidente do país, Felix Tshisekedi, prometeu mais protecção militar e policial para os profissionais de saúde, que combatem o Ébola e pediu a cooperação dos moradores.
O surto de Ébola nas províncias do Kivu Norte e Ituri, no leste do Congo, começou em agosto.
O Ministério da Saúde do Congo diz que o surto matou 843 pessoas e centenas foram infectadas.
A epidemia é a segunda mais mortal já registrada, depois da que atingiu a África Ocidental entre 2014-16, matando mais de 11 mil pessoas.