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Manica: Militantes do MDM querem Lutero Simango na liderança do partido


Lutero Simango, MDM, Moçambique
Lutero Simango, MDM, Moçambique

Eleição do novo líder acontece no congresso de Dezembro, mas Simango ainda não apresentou qualquer candidatura

Um grupo de membros e apoiantes do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) em Manica apresentou nesta quarta-feira, 22, uma moção que apoia a candidatura de Lutero Simango à liderança desta terceira força política, contra vozes que dizem que o comando do irmão do fundador do MDM dividiria o partido.

Manica: Militantes do MDM querem Lutero Simango na liderança do partido
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Manica é a quinta província moçambicana a apresentar uma moção de apoio à candidatura de Lutero Simango, actual chefe da banca do partido MDM na Assembleia da República, apesar de este não ter submetido a sua candidatura quando falta uma semana para terminar o prazo da submissão.

As outras províncias são Maputo - cidade e província (sul), Tete e Sofala (centro) e Nampula (norte).

Em Sofala, os apoiantes da candidatura de Lutero Simango chegaram a confrontar-se fisicamente com os apoiantes de José Domingo, actual secretário-geral do partido, que também manifestaram publicamente a intenção de o candidatar à sucessão de Daviz Simango.

“Fomos chamar a ele à força, porque é a única pessoa que achamos conveniente” de nos representar, porque tem “idoneidade, postura e maturidade diplomática” para continuar a conduzir o MDM, defendeu Maiba Wache, chefe nacional de assuntos sociais, culturais e religiosos do partido.

Wache, que falava durante a apresentação da moção de apoio a Lutero Simango, disse que este “consumiu sonhos e ideais dos primeiros verdadeiros revolucionários de Moçambique”, sustentando ser dos poucos que ainda não foi “corrompido por sistemas que atrasam o desenvolvimento do país”.

Os apoiantes consideram Lutero Simango como única “esperança” para a continuidade do MDM, por a sua figura representar no partido “coesão e estabilidade”, e descartaram a possibilidade de este vir a dividir o movimento.

“Eu quero chamar atenção sobre essa ‘comida’ (debate de etnias). Essa coisa que andam a dizer que é partido de família foi preparada primeiro para a Renamo, e hoje já está a ser lançada para o MDM, mas a Frelimo (partido no poder) foi conduzido com a tribo ‘machangana’, desde Mondlane, Samora, Chissano e nunca se falou de etnias” disse Wache.

Alguns analistas moçambicanos disseram que a candidatura de Lutero Simango irá confirmar a teoria do tribalismo no MDM.

Oficialmente o deputado Silvério Ronguane é o único candidato à sucessão de Daviz Simango, antigo autarca da cidade da Beira e único presidente do MDM desde a sua criação, em 2009.

“Neste momento, apenas Silvério Ronguane depositou a candidatura. Os outros membros do partido apenas manifestaram publicamente a intenção, mas não concretizaram, e ainda faltam oito dias e aguardamos outras candidaturas”, disse à VOA Maria Virgínia, coordenadora do Gabinete Central do III Congresso do MDM.

O III Congresso do MDM vai culminar com a eleição de um novo presidente e vai decorrer entre 03 e 05 de dezembro e o período de submissão de candidaturas termina no dia 30 deste mês.

O MDM está sem presidente desde a morte de Daviz Simango, em 22 de Fevereiro por complicações de saúde, na África do Sul.

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