Milhares de Jovens inundaram nesta sexta-feira, 15, as ruas da capital são-tomense em protesto para exigir a realização do recenseamento eleitoral.
A marcha foi convocada pela Juventude do partido Ação Democrática Independente (JADI), na oposição.
A organização juvenil do partido no poder acusa o Presidente da República por alegadamente ter marcado a data das eleições sem ter em conta as condições para a realização das eleições legislativas, regional e autárquicas no próximo dia 25 de Setembro.
“Há um plano que está a ser executado pelo presidente da Comissão Eleitoral Nacional para impedir o recenseamento de cerca de 8 mil Jovens”, afirmou Pedro Carvalho, vice-presidente da JADI, apontando igualmente o dedo ao presidente da Assembleia Nacional, Delfim Neves e ao primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus.
“O plano maquiavélico da nova maioria que governa o país já estava a ser orquestrado há mais de um ano e era de não realizar as eleições. Ainda bem que eles não conseguiram eleger o Presidente da República da fileira a que pertencem”, reforçou Pedro Carvalho.
O presidente da Comissão Eleitoral Nacional, José Carlos Barreiro, diz que está instalado um clima de tensão no país e mostra-se preocupado com a sua integridade física
“Tenho receio de sair de casa e de frequentar determinados lugares porque há muita gente contra mim, dizendo que eu não quero que os jovens exerçam o seu direito de voto”, afirmou também hoje Barreiro, reiterando não haver tempo material para a realização do recenseamento eleitoral.
Juventude do partido no poder responsabiliza o Presidente da República
No mesmo dia, em confêrencia de imprensa, Gilson Leite, líder da Juventude do MLSTP-PSD, o partido que lidera a coligação no poder, disse que a culpa da não realização do recenseamento eleitoral é do Presidente da República, Carlos Vila Nova, acusando o Chefe de Estado de ter marcado as eleições antes da tomada de posse da nova Comissão Eleitoral e sem que estivessem criadas as condições para o efeito.
"É o Presidente da República Carlos Vila Nova que não quis que houvesse recenseamento eleitoral para os novos eleitores jovens e cabe ao Presidente todas as responsabilidades inerentes a esta situação", afirmou Leite.
Carlos Vila Nova marcou as eleições com seis meses de antecedência e o prazo para a realização do recenseamento eleitoral era até 90 dias antes do escrutínio.
Entretanto, até meio da tarde de hoje, não foi divulgado o resultado do encontro realizado na quarta-feira,13, entre os órgãos de soberania para tentar encontrar um consenso sobre o recenseamento eleitoral.