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Milhares de pessoas protestam contra a “imigração descontrolada” em Portugal


Manifestação anti-imigração da extrema-direita em Lisboa, Portugal, 29 setembro 2024
Manifestação anti-imigração da extrema-direita em Lisboa, Portugal, 29 setembro 2024

O número de estrangeiros a viver em Portugal aumentou 33,6% no ano passado, atingindo mais de um milhão, cerca de um décimo da população total, de acordo com a Agência para a Integração, Migração e Asilo.

Milhares de manifestantes, agitando bandeiras portuguesas e cantando o hino nacional, reuniram-se no domingo em Lisboa para exprimir a sua indignação contra a imigração “ilegal” e “descontrolada”.

Os manifestantes marcharam atrás de cartazes exigindo o “fim da imigração em massa” e a expulsão dos imigrantes culpados de crimes, no protesto convocado pelo partido de extrema-direita Chega, a terceira maior força política do país.

A imigração é “muito boa”, mas “são necessárias regras”, disse Cecília Guimarães, uma professora de 66 anos cujos pais emigraram para o Canadá.

“Nós emigramos legalmente. É assim que deve ser num país desenvolvido”, disse à AFP, queixando-se do aumento da insegurança que receia estar ligado à chegada de estrangeiros.

Rui Afonso, deputado do Chega, disse que Portugal e outros países europeus não conseguem controlar as entradas, o que gera um “sentimento de insegurança” porque “não conhecemos o seu passado”.

Afonso acrescentou que os países europeus não estão preparados para acolher “decentemente” os imigrantes que, por vezes, são “obrigados a viver na rua e a cair no crime”.

Entre os manifestantes estava o líder do Chega, André Ventura, cujo partido mais do que quadruplicou os seus lugares nas eleições deste ano.

As tensões surgiram quando a manifestação se aproximou de bairros da classe trabalhadora com grandes populações de imigrantes. Alguns manifestantes entraram em confronto com activistas pró-imigração, que defendem um Portugal aberto aos estrangeiros.

Cartazes com os dizeres “Não há Portugal sem imigrantes” também cobriram paredes e paragens de autocarro ao longo do percurso da marcha.

O número de estrangeiros a viver em Portugal aumentou 33,6% no ano passado, atingindo mais de um milhão, cerca de um décimo da população total, de acordo com a Agência para a Integração, Migração e Asilo.

O governo de centro-direita endureceu a política de migração em junho. Suprimiu uma medida que permitia aos imigrantes solicitarem a regularização se provassem que trabalhavam há pelo menos um ano, mesmo que tivessem entrado ilegalmente no país.

De acordo com o relatório de Migrações e Asilo de 2023 da Agência para a Integração, Migração e Asilo as nacionalidades mais representativas são a Brasileira com 35,3%, seguida em segundo mas longe a angolana com 5,3% seguida de perto pela cabo-verdiana com 4,7%. Outras nacionalidades representadas Reino Unido, Índia, Itália, Guiné-Bissau, Nepal, China, França e São Tomé e Príncipe, que representa 2,5%. A grande parte reside nos distritos de Lisboa, Porto.

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