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Milhares de angolanos na Zâmbia recusam regressar ao seu país


Unita diz que a recusa revela fracasso do governo e acusa as autoridades de não quererem o regresso de simpatizantes da Unita.

Cerca de 22 mil angolanos, refugiados na Zâmbia por causa do conflito armado, rejeitaram o repatriamento para Angola e pediram para ficar naquele país, apesar dos sucessivos pedidos do Governo e do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados.
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Deste número, dez mil ex-refugiados já terão sido autorizados a receber vistos de permanência na Zâmbia.

A Unita culpou o Governo por esta situação, afirmando tratar-se da prova do falhanço da sua política senão mesmo uma acção deliberada para impedir simpatizantes do seu partido de regressarem a Angola.

As autoridades angolanas foram informadas deste novo elemento na última semana pelo líder da Comissão de Defesa Nacional e Relações Exteriores da Zâmbia, Ronald Shikapwasha, que se deslocou a Luanda para este fim.

A Presidente da Comissão das Comunidades Angolanas no Estrangeiro da Assembleia Nacional, Exalgina Gamboa, foi citada em Luanda como tendo assegurado que o Governo vai trabalhar para garantir a permanência legal dos angolanos que preteriram o repatriamento voluntário, numa altura em que o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, ACNUR, anunciou no início deste mês, uma nova operação de repatriamento.

O deputado e porta-voz da Unita, Alcides Sakala disse à Voz da América que a decisão dos refugiados deve-se ao "falhanço das políticas de reinserção social do Governo do MPLA".

Sakala sublinhou que a maioria dos cidadãos que não querem regressar a Angola são adeptos do seu partido e lamenta que, com esta atitude, os mesmo fiquem impossibilitados de exercer o seu direito de cidadania.

O dirigente da Unita diz que a forma espontânea como o Governo angolano subscreveu o pedido sugere a existência de uma vontade deliberada para punir estes cidadãos.
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