O antigo Presidente são-tomense Miguel Trovoada denunciou estar a ser espionado e aponta o dedo à bastonária da Ordem dos Advogados, Célia Pósser, e a hierarquia das Forças de Protecção e Segurança dos Antigos e Actuais Dirigentes do Estado.
Pósser refuta a acusação.
“A senhora bastonária da Ordem dos Advogados tem estado a fotografar as viaturas das pessoas que eu recebo em minha residência e não sei com que proposito”, denunciou Trovoada, adiantando que há sinais claros de que o país está a regressar ao tempo da” bufaria”.
Em declarações aos jornalistas na terça-feira, 29, depois de uma audiência com o Presidente da República, Evaristo Carvalho, o antigo Chefe de Estado acusou o serviço de protecção dos antigos governantes de querer saber quem ele recebe.
“Elementos da minha segurança são chamados pelas suas hierarquias para dar informações sobre as pessoas que recebo na minha residência”, lamentou Trovoada, para quem a atitude do actual poder quer "transformar os agentes de segurança em espiões".
O antigo Chefe de Estado ainda lamentou também o clima de instabilidade social que "o país atravessa" e não escondeu a Evaristo Carvalho a sua preocupação face ao que chamou de "sinais claros de violação da Constituição e dos direitos e liberdade dos cidadãos".
Enquanto o Governo, responsável pelo serviço de protecção de entidades, ainda não se pronunciou, a bastonária da Ordem dos Advogados refutou as acusações de Miguel Trovoada.
Célia Posser explica que durante um momento de lazer com os seus familiares no domingo, 27, na Avenida da Independência, onde se encontra localizada a casa de Miguel Trovoada, fez "fotografias desse momento de confraternização" e garante que só essas fotografias estão registadas no seu telemóvel.
“Eu lamento imenso as declarações do antigo Presidente da República, as quais eu refuto completamente, eu acho isso um estapafúrdio, agravado ainda de acusar a bastonária de ser espiã. É lamentável”, concluiu Célia Pósser.