O Presidente interino do Brasil Michel Temer afirmou que espera reduzir o desemprego e levar calma política e económica ao país, em entrevista ao programa Fantástico, da rede Globo, neste domingo, 15.
Na entrevista, ele garantiu que, caso se mantenha na Presidência em definitivo ele não se candidatará em 2018.
Temer, que assumiu a Presidência de forma interina na semana passada devido à decisão do Senado de instaurar um processo de afastamento da Presidente Dilma Rousseff e afastá-la do cargo por até 180 dias, disse também que vai cortar os gastos públicos onde for possível, e que fazer a reforma da Previdência é essencial.
"Não é possível não fazer nada em matéria de Previdência por uma razão singela. Daqui alguns anos, quem sofrerá as consequências serão exactamente os aposentados", disse o Presidente, reformando a promessa de que os cortes de despesas não vão afectar os programas sociais, como o Bolsa Família.
"Nós não podemos abandonar aqueles que têm dificuldade de vivência e sobrevivência", disse Temer, garantindo que “se for necessário, cortarei de outros sectores, não cortarei daqueles mais carentes no país."
Questionado qual seria o legado que gostaria de deixar caso permaneça no cargo, Temer afirmou: "Reduzir o desemprego, em primeiro lugar, e, em segundo lugar, ver um país pacificado".
Na entrevista gravada, Michel Temer disse ainda que não vai interferir nas investigações da operação Lava Jato, que investiga um esquema milionário de corrupção que envolve principalmente a Petrobras, empreiteiras e diversos políticos, muitos do seu próprio partido, o PMDB.
Quanto a uma eventual candidatura em 2018, o Presidente interino foi peremptório: "Eu estou negando a possibilidade de uma eventual reeleição, até porque isso me dá maior tranquilidade, eu não preciso praticar gestos ou actos conducentes a uma eventual reeleição. Eu posso ser até, digamos assim, impopular, mas desde que produza benefícios para o país, para mim é suficiente", afirmou.
Na entrevista, Michel Temer admitiu não ser popular e que há quem não veja com bons olhos a sua chegada à Presidência, mas reiterou que o processo foi legal, com total supervisão do Supremo Tribunal Federal.