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Metade do planeta corre risco de contrair dengue


Especialista diz que Brasil está a perder a guerra
Especialista diz que Brasil está a perder a guerra

Doença aumentou 30 vezes no mundo em 50 anos

Nos últimos 50 anos, a doença aumentou 30 vezes no mundo, conforme a literatura científica.

A vacina para imunizar a população é uma realidade ainda distante para muitos brasileiros, pois o custo é alto, cerca de 330 dólares.

A vacina contra a dengue tem uma eficácia de 85 por cento de imunidade.

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O cidadão que tomar as três doses da vacina em intervalos de seis meses muito dificilmente ficará acamado, ou mesmo, internado em hospitais.

O ideal no Brasil seria que a população na faixa etária entre os sete e os 50 anos, considerada como maior potencial para ser infectada pelo Aedes Aegypti, recebesse as doses da vacina, mas apenas o Estado do Paraná disponibiliza a vacina ao público.

O médico infectologista Carlos Starling defende a necessidade de o Governo vacinar os brasileiroscom maior risco de contrair a doença.

“O custo dessa vacina é elevado para o cidadão ainda mais na atual condição de crise financeira e desemprego que o atravessamos. Mas quando raciocinamos em termos de saúde pública temos que pensar quanto custa a dengue para a sociedade brasileira e mundial. As pessoas vivem em áreas endêmicas. A dengue nos traz um custo social muito grande. Ela nos afasta do trabalho, leva às hospitalizações diversas e acaba fazendo com que o Governo acabe investindo em várias maneiras de prevenção que, até o momento, não se mostraram eficazes. Então, o custo deve ser considerado do ponto de vista da saúde pública, deve ser relativizado em relação aos benefícios que podem trazer uma vacina contra a dengue”, diz o especialista.

Carlos Starling ressalta que a vacinação tem gerado bons resultados numa sociedade, mas diz que o Governo precisa criar um programa de saúde pública para combater essas doenças causadas pelo Aedes Aegpty.

Brasil está a perder a guerra

“Devemos seriamente pensar num programa de saúde pública baseado nessa vacina ou em outras que forem surgindo ao longo do tempo. Existem várias vacinas sendo pesquisadas neste momento, entretanto a que temos disponível hoje no mercado é a que aí está”, afirma.

Carlos Starling lembra ainda que apenas a vacinação não resolverá o problema. É essencial que a população tenha consciência de se prevenir para combater o mosquito. Esse é o grande desafio.

“O combate ao vector é ponto crucial e várias campanhas são realizadas no Brasil para acabar com o mosquito, mas ele sempre está aqui e transmite também outras doenças como a febre amarela, a chikungunya e o zika. Temos também que pensar em novas tecnologias além da acção das pessoas. O uso de biotecnologia para tentar esterilizar o mosquito, o uso de bactérias, armadilhas, irradiação para tentar controlar a reprodução deles também é fundamental. Agora, é um inimigo complicadíssimo de ser controlado porque ele está muito bem adaptado ao caos urbano e estamos a perder a guerra com o mosquito”, conclui o médico infectologista Carlos Starling.

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