A bancada parlamentar da CASA-CE vai ficar reduzida para metade, pelo menos, devido à decisão de oito deputados de terem anunciado que vão assumir o estatuto de independentes.
O anúncio foi feito dois dias depois de cinco dos seis partidos que integram a coligação, à excepção do Bloco Democrático, terem afastado Abel Chivukuvuku da liderança da terceira maior força política angolana.
Em conferência de imprensa, em Luanda nesta quinta-feira, 28, o porta-voz do grupo Leonel Gomes revelou que o processo está a correr seus trâmites na Assembleia Nacional.
Além dele, o grupo é integrado por Lindo Bernardo Tito, Carlos Candanda, Odete Joaquim, Vitória Chivukuvuku, Abel Lubota, Sampaio Mucanda e Lourenço Domingos.
Para Gomes, o não cumprimento dos acordos estabelecidos e assinados pelas partes são uma “clara violação aos acordos assumidos", facto que os leva a deixarem o grupo parlamentar.
"A solicitação dos partidos coligados ao Tribunal Constitucional, no sentido de dividirem em partes iguais o dinheiro do OGE resultante das eleições gerais de 2017, atribuídos à CASA-CE entre si", bem como a "constante chantagem de quem se filiar nos partidos coligados será expulso da CASA-CE" são outras das motivações apresentadas pelos deputados.
Leonel Gomes também acusou a direção da bancada parlamentar de tudo ter feito “para boicotar" a intervenção dos oito deputados que não pertencem a nenhum dos partidos da coligação.
"Dividiram entre si o pouco tempo que existe e cada um falava os minutos que o regimento da Assembleia Nacional permite para intervenção por deputado. Agora as coisas ficam mais clarificadas e teremos os nossos direitos perfeitamente salvaguardados", esclareceu Gomes que lamentou a falta de diálogo entre os parlamentares.
No lugar de Chivukuvuku, foi escolhido o vice-presidente André Mendes de Carvalho "Miau".
Chivukuvuku afastado
Abel Chivukuvuku foi afastado dias depois de uma reunião, na semana passada, com os chamados independentes da CASA-CE, ou seja que não pertencem a nenhum partido, tendo na altura praticamente assumido o divórcio entre os dois lados.
O então líder da coligação afirmou na altura que será cabeça-de-lista de um partido nas eleições gerais de 2022, sem revelar qual.
No encontro, ele afirmou também que a coligação foi alvo de destruição judicial, em referência ao processo interposto, no Tribunal Constitucional, por cinco dos seis partidos que compõem a coligação, que pediram uma clarificação sobre a gestão dos fundos bem como a presença de independentes nos órgãos de direcção.