A indicação do actual vice-presidente do MPLA João Lourenço para cabeça-de-lista do partido e candidato à Presidência angolana continua a provocar reações.
Para muitos activistas, “é o mesmo casaco, não haverá mudanças”.
O soba Mário Katape, secretário-geral do Fórum Angolano das Autoridades Tradicionais, considera que Lourenço, caso ganhe as eleições de Agosto, tem grandes desafios pela frente, como a falta de empregos, o deficiente sistema de saúde e educação e a situação dos antigos combatentes.
“Nos hospitais não existem medicamentos, os estudantes do 4º ano do ensino superior não sabem escrever, antigos combatentes que libertaram o país e estão abandonados”, sublinhou, Katape alertando que, enquanto José Eduardo dos Santos se mantiver como presidente do MPLA, João Lourenço será um mero instrumento de Santos.
“O estilo vai continuar, nada vai mudar, é o mesmo casaco que as pessoas vão vestir”, garantiu.
Quem corrobora a mesma opinião é activista cívico Nito Alves, para quem Santos “vai manter-se como presidente do MPLA”.
Já Rafael de Morais, activista e antigo coordenador da associação cívica SOS-Habitat, também acredita que o programa será o do MPLA, conduzido por Santos.
“Felicito a saída de José Eduardo dos Santos, mas as linhas gerais do MPLA vai continuar”, sublinhou.
Recorde-se que, numa primeira reacção, o presidente da bancada parlamentar da UNITA, Adalberto Costa Júnior, afirmou que a direcção do MPLA não mudou e por isso não há mudança na sua essência, enquanto, para o vice-presidente CASA-CE, Lindo Bernardo Tito, “nada poderá mudar”.