“Quando é que o Governo português vai censurar publicamente a atitude opressiva e repressiva do Governo Angolano sobre Luaty Beirão e outros activistas políticos do regime?”
A questão foi lançada, hoje, pela jornalista portuguesa Vanessa Rato, na sequência de uma petição que recolheu cerca de nove mil assinaturas em defesa do activista Luaty Beirão e outros jovens detidos em Angola.
Beirão, em greve de fome há um mês, e os outros 14 jovens são acusados de engendrar o derrube de José Eduardo dos Santos, Presidente de Angola.
Rato, que trabalha para o jornal Público, entregou, na companhia do filósofo e escritor José Gil e do escultor João Chaves, a petição ao chefe do gabinete do ministro português dos Negócios Estrangeiros.
Segundo a imprensa, António Moniz, o chefe do gabinete, não respondeu à questão levada pelos peticionários.
Rato, que fez referência à existência de esforços diplomáticos para abordar a questão da detenção ilegal de Luaty Beirão, insistiu questionando “quando virá essa reprovação e quando haverá uma tomada pública de posição?"
Ela disse que a petição é motivada pela defesa dos direitos humanos, no caso concreto de um “cidadão português detido ilegalmente no estrangeiro”.
A imprensa cita Rato dizendo que o Governo português tem "a obrigação constitucional de agir perante um cidadão português e que não o fez até agora de forma explícita, clara e perante toda a comunidade internacional interessada nos direitos humanos."
José Gil, um dos líderes da petição, criticou o facto de o Governo português se submeter aos imperativos de toda a ordem do governo angolano, o que é atribuido à motivações económicas.