O primeiro contingente da força de estabilização da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para a Guiné-Bissau já se encontra no país, embora os detalhes da missão só serão definidos na reunião dos chefes de Estado-Maior General da organização a realizar-se em Maio em Acra, Gana.
A confirmação foi feita nesta quarta-feira, 27, pelo porta-voz do Governo, Fernando Vaz, em declarações a jornalistas à margem do início da Campanha Nacional de Vacinação contra a Pólio.
"Já começaram a chegar, mas s pormenores vão ser, completamente, definidos na cimeira de Acra dos chefes maiores generais das Forças Armadas da CEDEAO que vai acontecer em Maio. Espero aquilo que a CEDEAO espera que haja maior consciência da sociedade castrense e que a sociedade castrense interiorize que a mudança de regime se faz por via democrática pela sociedade e não com golpes de Estado", afirmou Fernando Vaz.
O Parlamento ainda não se pronunciou sobre o envio da força da CEDEAO e a VOA pediu e aguarda o pronunciamento das bancadas dos partidos políticos representados no hemiciclo guineense.
Mas Fernando Vaz admite que o assunto não seja consensual no seio do Governo, da sociedade e dos partidos políticos:
"Temos a consciência precisa que não é um assunto de consenso. Este é um assunto fracturante a nível da opinião da sociedade, mesmo dentro do Governo temos várias opiniões, mas conta a maioria, naturalmente o espelho que temos no Governo é o mesmo que existe na nossa sociedade", admitiu o também ministro do Turismo e do Artesanato, para quem é normal que "um ou outro partido ou grande número de partidos tenha opiniões contrárias".
O contingente deve ser integrado pouco mais de 600 membros.
O Governo da Guiné-Bissau pediu a força de estabilização a 3 de
Fevereiro, na Cimeira de chefes de Estado e de Governo de CEDEAO, dois dias depois da alegada tentativa de golpe de Estado no Palácio do Governo.
O PAIGC, na oposição, exige que a força da CEDEAO seja aprovada primeiro no Parlamento.