A proposta de um Governo de gestão feita pela Renamo não foi o tema principal do encontro de ontem, 22, em Quelimane entre Afonso Dhlakama e os mediadores do conflito que terminou em Setembro em Moçambique. O tema poderá ter sido abordado pelo presidente da Renamo, mas o bispo Emérito da Igreja Anglicana Dom Dinis Sengulane disse à VOA que o encontro visou dar continuidade à mediação iniciada durante o conflito que opôs o exército e a Renamo no passado, pois há pontos por concluir.
Depois de se encontrarem em Maputo com o antigo Presidente da República Armando Guebuza e o novo Chefe de Estado Filipe Nyusi, a reunião de ontem com o presidente da Renamo tinha dois pontos na agenda: a despartidarização da Administração Pública e a desmobilização e integração dos guerrilheiros da Renamo.
Em declarações à VOA, o bispo Dom Dinis Sengulane afirmou que a preparação e a realização das eleições ocuparam a agenda do país e da imprensa, mas que os mediadores continuaram a trabalhar no sentido da implementação do acordo de paz.
Questionado se a proposta da Renamo para a criação de um Governo de gestão foi analisada no encontro, Dom Dinis Sengulane disse que "os mediadores foram ouvir se havia outras questões que bloqueavam o processo, mas esse assunto deve ser discutivo entre o Governo e a Renamo na presença ou não dos mediadores".
O regresso a um conflito militar está colocado de parte por Dom Dinis Sengulane, que diz ter garantia de que todos os protagonistas da situação estão engajados com a paz.
A equipa de mediadores que se encontrou ontem com o presidente Afonso Dhlakama foi integrada pelo bispo Emérito da Igreja Anglicana Dom Dinis Sengulane, o padre Filipe Couto e o xeque Abdu.
Os mediadores, no total de cinco, vão reunir-se na prócima segunda-feira para continuar os trabalhos, mas por agora preferem não avançar com os detalhes da reunião de ontem.