Os esforços de mediação de Angola no conflito no leste da República Democrática do Congo (RDC) prosseguem na próxima semana em Luanda com uma reunião de “peritos” deste país e do Ruanda, mas desconhecem-se os pormenores do que está em causa.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros de Angola, Teté António, da RDC, Thérese Kayikwamba, e do Ruanda, Olivier Jean Patrick Nduhungirehe, terminaram nesta quita-feira, 22, uma reunião de dois dias em Luanda.
De acordo com um comunicado da reunião, o encontro decorreu “num ambiente sereno e fraterno” em que os dois países renovaram o seu compromisso de trabalhar em conjunto com Angola para se encontrar uma solução duradoura para o conflito.
Este foi o terceiro encontro ministerial entre as partes.
Peritos não especificados vão agora reunir-se em Luanda nos dias 29 e 30 para abordarem “aspetos específicos do acordo” proposto pelo Presidente João Lourenço.
Não foram dados outros pormenores.
Após esse encontro, haverá uma nova reunião dos ministros em Luanda nos dias 9 e 10 Setembro.
Em discussão está um “roteiro” para se alcançar a paz no leste da RDC onde rebeldes do M23, apoiados pelo Ruanda, têm estado envolvidos numa ofensiva militar que provocou o deslocamento de dezenas de milhares de pessoas.
Os rebeldes não foram convidados nem se fazem representar.
No passado dia 12, a Presidência angolana anunciou que João Lourenço tinha apresentado aos dirigentes dos dois países uma proposta concreta de "acordo de paz duradoura" visando pôr fim ao conflito no leste congolês.
O anúncio foi feito horas depois de João Lourenço ter-se encontrado com o Presidente da RDC Félix Tshisekedi, em Kinshasa, e um dia depois de se ter reunido com Paul Kagame, do Ruanda, em Kigali.
O comunicado não fez qualquer referência aos rebeldes do M23 que alegadamente são controlados pelo Ruanda.
Para além disso, contudo, a região é também afetada por conflitos envolvendo milícias étnicas que regularmente atacam aldeias agravando ainda mais a situação.
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