O medalhista de prata na maratona dos Jogos Olímpicos Rio-2016, o etíope Feyisa Lilesa disse ter medo de regressar ao seu país porque pode ser morto.
Lilesa, que cruzou a meta com um gesto de apoio a protestos contra o Governo etíope, acusou as autoridades de prender e matar pessoas, principalmente da sua etnia, oroma.
“Não sei se regresso ou se fico por aqui porque posso ser preso ou morto”, disse o atleta à imprensa, garantindo que tinha dito à esposa e filhos, que estão na Etiópia, que faria alguma declaração se conseguisse uma medalha.
“Se eu voltar eu sei que eles vão me matar, se não me matarem, vão me prender ou me segurar no aeroporto”, continuou o atleta.
Apesar de a família não ter tido problemas até agora, Lilesa teme que as coisas mudem e critica a comunidade internacional.
“Estados Unidos, Inglaterra, França, todos os países da Europa apoiam esse Governo que, desta forma, compra metralhadaras para matar o povo”, acusa o maratonista que pergunta, através da imprensa internacional presente no Rio de Janeiro, “por que esses países não ajudam o nosso povo?”.
O Comité Olímpico Internacional, que proibe manifestações políticas, religiosas e de qualquer índole, ainda não reagiu ao gesto e às declarações do etíope Feyisa Lilesa.