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MDM pede processo judicial aos responsáveis pelos empréstimos ocultos


Venâncio Mondlane, deputado do MDM
Venâncio Mondlane, deputado do MDM

Partido da oposição moçambicana acusa da Comissão Parlamentar de Inquérito de omitir a sua posição sobre o caso.

O Movimento Democrátido de Moçambique (MDM) pediu que seja aberto um processo-crime contra os verdadeiros responsáveis pelas dívidas ocultas, ao contrário do que defendeu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

O deputado Venâncio Mondlane, o único da oposição que integrou a CPI, denunciou em conferência de imprensa nesta segunda-feira, 12, que a comissão omitiu a posição da bancada parlamentar do MDM, como corolário de um conjunto de atropelos cometidos durante o processo de audição dos envolvidos neste caso.

MDM quer processo-crime no caso das dívidas ocultas moçambicanas
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"Há uma série de informação, por exemplo, nós não temos até hoje uma resposta sobre qual é a exposição real de Moçambique em termos de garantias, que garantias é que Moçambique já emitiu é que realmente estão registradas no tesouro, não há informação sobre isto. É tudo isto, estas questões que são básicas que o povo queria saber, justamente foram obstruídos pelo grupo parlamentar da Frelimo, porque o MDM pôs isso na resolução, colocamos isso no documento orientador, na nossa proposta concreta é pura e simplesmente o grupo parlamentar da Frelimo na comissão sempre dizia que nós estávamos a tentar entrar em questões da segurança do Estado, entrar em casa do vizinho como diziam, incentivavam aos inquiridos a não prestar informação", revelou Mondlane.

Venâncio Mondlane afirmou ainda que o relatório responsabiliza apenas um único dirigente pelas dívidas contraídas, num processo em que estiveram envolvidos cinco Ministérios do anterior Governo liderado por Armando Guebuza.

"Nós temos clareza de que não é a Comissão Parlamentar de Inquérito que tem competência para julgar ou para abrir um processo crime, isso é competência da procuradoria e dos tribunais, mas nós tínhamos poder concedido por lei para criar condições para a responsabilização, significa que eu fazendo a minha investigação posso recomendar a procuradoria e posso recomendar aos tribunais qual é o grupo alvo onde a coisa se encontra, porque agora a coisa está um pouco abstracta, mas pela nossa investigação nós descobrimos que o grupo alvo é aquilo que se chama de VEI, Veículo Especial de Implementação, são cinco ministérios incluindo os serviços secretos, portanto é aí aonde tem que ser feita a investigação, então o relatório devia falar de forma concreta de responsabilização política e social, não há isso, há ali um romantismo, uma hesitação, é um relatório, digamos assim, muito próximo dos melhores momentos da poesia portuguesa", comentou o deputado.

Por isso, o MDM recomenda que seja aberto um processo-crime contra os verdadeiros responsáveis pelas dívidas ocultas, que vão para além dos que foram apresentados no relatório apresentado no Parlamento moçambicano.Mondlane, distancia-se dos resultados divulgados que considera que estiveramaquém dos objectivos, não revelando os valores que estiveram envolvidos.

"Chegamos a conclusao real e comprovada, alguém que nos apresente cálculos, diferentes. Números diferentes, para nós há um bilião, quinhentos mil dólares americanos que não tem justificação e não se sabem aonde estão. É que o relatório não responsabiliza a ninguém", concluiuVenâncio Mondlane.

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