Os habitantes do território francês de Mayotte prepararam-se no domingo para uma tempestade que deverá trazer ventos fortes e inundações repentinas, menos de um mês após o arquipélago do Oceano Índico ter sido devastado por um ciclone mortal.
Mayotte foi colocado em alerta vermelho a partir das 1900 GMT de sábado, antecipando a passagem do Dikeledi, uma tempestade que se prevê passar a cerca de 100 quilómetros a sul do território.
A tempestade atingiu a costa norte de Madagáscar como ciclone no sábado, 11, à noite e enfraqueceu, tornando-se uma tempestade tropical severa, mas espera-se que recupere a intensidade à medida que se aproxima de Mayotte.
Poderá ser reclassificado como ciclone na segunda-feira de manhã, de acordo com o serviço meteorológico francês Meteo-France.
As autoridades apelaram a uma “vigilância extrema” após a devastação causada pelo ciclone Chido em meados de dezembro. “Está confirmada uma deterioração significativa da chuva e do vento para a manhã de hoje” em Mayotte, informou a Meteo-France numa atualização feita pouco antes das 6 horas locais de domingo.
“Chuvas muito fortes podem gerar inundações repentinas”, advertiu, acrescentando que são esperadas inundações e deslizamentos de terra nas próximas horas. Poderá também trazer rajadas de vento de até 90 quilómetros por hora para o território francês, bem como “condições marítimas perigosas”.
Os habitantes foram aconselhados a procurar abrigo e a abastecer-se de alimentos e água. “Nada está a ser deixado ao acaso”, disse Manuel Valls, o novo ministro dos territórios ultramarinos de França.
O ciclone Chido - a tempestade mais devastadora que atingiu o departamento mais pobre de França em 90 anos - causou danos colossais no mês passado, matando pelo menos 39 pessoas e ferindo mais de 5.600.
François-Xavier Bieuville, o mais alto funcionário nomeado por Paris no território, disse que Mayotte foi colocado em alerta vermelho a partir das 22 horas de sábado para permitir que os habitantes se abriguem.
“Decidi antecipar este alerta vermelho para as 22h00, para permitir que todos se abriguem, se confinem, cuidem das pessoas que vos são próximas, dos vossos filhos, das vossas famílias”, declarou Bieuville na televisão.
Mensagens em francês e em duas línguas regionais foram difundidas na rádio e na televisão para alertar a população.
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