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Maus exemplos em África "são promotores de tragédias", diz João Lourenço


João Lourenço, Presidente de Angola, 30 janeiro 2025
João Lourenço, Presidente de Angola, 30 janeiro 2025

Presidente angolano disse que guerras condicionam "em grande medida o esforço do desenvolvimento e do bem-estar dos povos de África"

O Presidente angolano afirmou que o bem-estar para os africanos só poderá ser alcançado com um calar das armas e lamentou a “perigosa tendência” de alguns líderes do continente para criar fatores de instabilidade e de insegurança que são contra os interesses da África.

"Os maus exemplos desta conduta reprovável em África não valorizam homens e mulheres que estão na sua origem, pelo contrário, coloca-os nas páginas menos gloriosas da história de África como os promotores de tragédias humanas a todos os títulos condenáveis", afirmou João Lourenço numa reunião virtual do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, realizada nesta sexta-feira, 31, Dia da Paz e Reconciliação de África.

Ao intervir como Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação em África, Lourenço disse constatar "com grande preocupação, que o continente continua a deparar-se com desafios complexos, decorrentes, em muitos casos, dos conflitos armados que afetam seriamente as relações entre alguns Estados africanos e condicionam em grande medida o esforço do desenvolvimento e do bem-estar dos povos de África".

João Lourenço alertou para "uma perigosa tendência para pormos de lado, de forma ligeira, os valores da irmandade e da solidariedade africana e agirmos contra os próprios interesses de África e dos seus povos, criando factores de instabilidade e de insegurança, por se descurar a força e a importância do diálogo e das soluções diplomáticas como a única via aceitável para dissipar tensões e evitar guerras que geram e agravam a pobreza, associada à enorme massa de deslocados e refugiados que daí derivam".

Fundadores do nacionalismo africano e a África

Na sua intervenção, o Chefe de Estado angolano pediu o envolvimento das lideranças para trabalharem em prol da paz e da reconciliação no continente africano, "com especial destaque para o Leste da República Democrática do Congo, o Sudão e a região do Sahel".

Ele enfatizou ainda que "os pais fundadores do nacionalismo africano lutaram e sonharam com uma África unida, desenvolvida e próspera, após a conquista das independências nacionais", mas, ante a situação atual do continente, João Lourenço pediu aos líderes que coloquem de lado "as nossas diferenças" e que sejam transformadas "na nossa maior força" que conduza a África "à paz, à estabilidade e à segurança".

Lourenço disse constatar com grande preocupação que "volvidas seis décadas desde o advento da autodeterminação dos povos africanos" o continente continua a deparar-se com desafios complexos, "decorrentes, em muitos casos, dos conflitos armados que afetam seriamente as relações entre alguns Estados africanos e condicionam em grande medida o esforço do desenvolvimento e do bem-estar dos povos de África".

Esta meta, concluiu Lourenço, só "poderá ser alcançada com um calar das armas capaz de impulsionar uma paz e reconciliação genuína e perene".

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