Niassa é ainda considerada ´província esquecida´ de Moçambique. É paradoxalmente deste lugar que é originário um dos grupos musicais com maior exposição internacional e líder na promoção de temas dos direitos humanos, saúde ou meio ambiente: Massukos.
"Massukos é uma fruta silvestre abundante na nossa província, que as pessoas comem nas machambas para matar a fome. Escolhemos o nome porque gostaríamos que as pessoas matassem a fome espiritual com a nossa música.”
Quem assim fala é Santos Calisto, que, em 1992, fundou o grupo com alguns amigos, na cidade de Lichinga, a capital de Niassa.
Nesse ano, Moçambique saia de uma guerra civil de 16 anos, que estagnou o país.
Os Massukos viram nisso oportunidades, recorda-se Santos Calisto: “A nossa visão era divulgar os ritmos tradicionais do Niassa e entreter as pessoas. Mas também percebemos que o potencial da música poderia ser usado na área social, e começamos a cantar sobre as eleições, saneamento do meio....”
E a fórmula resultou. De lá até cá, o grupo produziu três discos, um dos quais gravado na Grã-Bretanha, onde também fez uma digressão. Além deste país, actuaram em Portugal e Japão. Este ano, vem aos Estados Unidos da América.
Além de cantor e guitarrista, Santos Calisto é gestor da ´Estamos´, organização não-governamental, que desde 1996 promove os direitos humanos.
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