Milhares de cidadãos de Maputo saíram hoje a rua para exigir melhor segurança e o fim da tensão militar circunscrita no centro do país.
Vestindo camisetas brancas e vermelhas, cidadãos de todas as cores, raças, idades e religiões percorreram algumas ruas de Maputo, empunhando cartazes e dísticos com palavras de ordem contra a insegurança, os raptos, racismo e intolerência.
Nas mensagens mais marcantes, os manifestantes pediam a queda das chefias do Ministério do Interior, a quem atribuem certificados de incopetência no comando ao crime.
A onda de raptos que continuam a assolar algumas cidade do país constituíam uma das razões da mobilização massiva que se viveu nesta quinta-feira.
Numa altura em que seis cidadãos continuam em poder de grupos de sequestro, os manifestantes exigiram medidas mais eficazes para resgatá-los dos criminosos.
No meio de acusações ao governo e a polícia, os manifestantes atacaram também as operadoras de telefonia móvel e os bancos comerciais, a quem acusam de cumplicidade com os raptores.
Naquilo que foi a maior manifestação organizada nos últimos 30 anos, Ahmad Abdul Rachid, um adolescente de 13 anos, assassinado recentemente na cidade da Beira por raptores, tornou-se no mártir desta causa.
As previsões da organização eram de juntar pelo menos 10 mil cidadãos, mas pelos números finais, a adesão atingiu o triplo do previsto.