As novas tarifas do transporte semi-colectivo de passageiros, conhecidos por “chapas” entraram em vigor esta segunda-feira, 5, em Maputo e Matola, em Moçambique sem a violência que se registou nos anteriores aumentos, mas com reforço policial nas ruas da capital e do município vizinho.
Em algumas artérias da capital moçambicana eram visíveis, nas primeiras horas desta segunda-feira, alguns efectivos policiais, mas não tiveram motivos para qualquer intervenção.
A calma reina, mas o tema reabriu o debate sobre a necessidade de melhorar as condições em que as pessoas são transportadas, em todo o país.
Há cerca de sete anos, munícipes das duas cidades ergueram barricadas e queimaram pneus em algumas estradas, em protesto contra a subida da tarifa do transporte semi-colectivo de passageiros.
Entretanto, alguns analistas consideram que em muitos casos, as pessoas não contestam o aumento da tarifa em si, mas as condições deploráveis em que muitas vezes são transportadas.
"Nós estamos a ver camiões a transportar pessoas em vez de gado, o que é totalmente inaceitável", destacou o analista Moisés Mabunda.
Para o analista Jerónimo José, as condições em que, muitas vezes, as pessoas são transportadas, em carrinhas de caixa aberta, "é uma violação dos direitos humanos".
Por seu turno, o economista Roberto Tibana sublinha que o sector dos transportes tem um papel fundamental no funcionamento da economia real, mas esta é a área que menos cresce, no país.