A ponte sobre a baía de Maputo, inaugurada neste sábado, 10, continua a não colher consenso entre os analistas, uns considerando que a mesma vai agravar o endividamento de Moçambique, e outros defendendo que a infra-estrutura vai impulsionar o desenvolvimento do país.
O projecto da ponte e cerca de 200 quilómetros de acesso, incluindo outras cinco pontes mais pequenas, entre Maputo e Ponta de Ouro, está orçado em 785 milhões de dólares, e foi financiado com um empréstimo da China, que o entrega em modo "chave na mão".
A construção da ponte, iniciada ainda na Presidência de Armando Guebuza, esteve envolvida em polémica, com algumas correntes de opinião a considerarem que o país tinha outras prioridades e que esta infraestrutura apenas iria agravar o endividamento de Moçambique.
O economista Roberto Tibana diz que "a ponte sobre a baía de Maputo é outra dívida, "é uma ponte de megalomania".
Para além disso, os críticos dizem também que as taxas que vão ser aplicadas na ponte, que variam de 160 a 1200 meticais, "penalizam os cidadãos de baixa renda".
A ponte suspensa sobre a baía da capital moçambicana oferece aos visitantes impressionantes vistas, e pode-se considerar um marco importante visível e um novo símbolo de Maputo.
Para o Governo, na voz do director de Projectos na Administração Nacional de Estradas, César Macuácua, a ponte Maputo-Katembe materializa o sonho de ligar Moçambique por estrada.
A ponte vai ser gerida em regime de parceria público-privada, através de contratos de concessão.
Segundo projecções, a infraestrutura deve ser atravessada, diariamente, por cerca de quatro mil veículos no primeiro ano de abertura ao tráfico.