Nas redes sociais, em cada esquina, café ou até mesmo nos transportes semi-colectivos, vulgo "chapas", a conversa que tem estado na ordem do dia, em Maputo, é a detenção e pedido de extradição para os Estados Unidos da América do antigo ministro das Finanças, Manuel Chang.
Chang foi detido, em Joanesburgo, a pedido da Justiça dos Estados Unidos, por alegados crimes financeiros relacionados com as dívidas ocultas de Moçambique.
"Acho que é uma boa forma de mostrar justiça para as pessoas que em algum momento lesaram o nosso Estado", diz Aidata Dambo, moradora de Maputo.
Um operário, que pede o anonimato, diz que " ele usou dinheiro para o benefício pessoal e não para o benefício do povo Moçambicano".
O estudante Salomão Dima acredita que "o julgamento servirá de exemplo de que de facto é possível combater a corrupção, e se calhar vai tentar chamar atenção às outras pessoas para que não optem pelas mesmas acções".
Fragilidade e custo de vida elevado
Em relação ao pedido dos Estados Unidos, Dima diz que "o processo tinha que estar a correr dentro de Moçambique, porque com isto estamos a demonstrar uma certa fragilidade ao exterior (...) mas o nosso país não tem capacidade, tem que ser fora do país".
Mas outros, como o jovem Carlos Mutola, não concordam com a extradição e argumentam que "Chang tinha que ser ouvido na África do Sul e depois, na companhia de outros (implicados), esclarecer a todo povo moçambicano como foram feitas as dívidas ocultas".
Na sequência da descoberta das díviduas ocultas, Moçambique perdeu o apoio directo dos principais doadores, o que tem impacto directo na vida dos 29 milhões de habitantes do país.
Tal como a maioria da população, outro jovem, Ramadan Aly, recorda que "há dois, três anos nós comprávamos as coisas há um preço acessível, mas as coisas mudaram na totalidade".
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