A Procuradoria Geral da República (PGR) não tem sabido trabalhar para evitar mortes nas Lundas, acusa o presidente da Associação Mãos Livres em referência à violência que se assite no Cafunfo, na Lunda Norte.
No fim-de-semana, conflitos entre populares e a polícia terminaram em duas mortes.
Em declarações à VOA, Salvador Freire considerou que “a violação sistemática dos direitos humanos nas Lundas pode desqualificar o trabalho da PGR na fiscalização da legalidade”.
Os advogados daquela associação de defesa dos direitos humanos estão preocupados com o agravamento da situação tensa, nas províncias do leste de Angola.
Freire aponta o dedo à cumplicidade da PGR “pelo trabalho fraco na fiscalização da legalidade nesta região”.
No passado fim-de-semana, a localidade de Cafunfo viveu momentos tensos com o registo de dois assassinatos, agressões às autoridades tradicionais e outros actos de violação dos direitos humanos.
Os dois mortos já foram a enterrar no meio de um ambiente de revolta popular.
A VOA sabe que as autoridades tradicionais estão a avaliar a situação de 155 sobas e da Rainha Muacafunfo, acusados de pertencerem ao Comité de Especialidade das Autoridades Tradicionais do MPLA.
Recorde-se que o presidente do Movimento Protectorado da Lunda Tchokwe, que reclama a autonomia das Lundas, José Mateus Zecamuxima, caracteriza o ambiente de puro “terrorismo de Estado”.