O antigo ministro das Finanças de Moçambique e actual deputado da Frelimo, Manuel Chang, é a primeira vítima judicial do chamado caso das dívidas ocultas.
A agência de notícias Bloomberg cita o seu advogado como tendo dito que ele vai lutar contra a sua extradição para os Estados Unidos.
Chang é apontado como tendo sido o ministro que terá dirigido os acordos que levaram ao empréstimo de cerca de dois mil milhões de dólares, contraídos por três empresas públicas moçambicanas, Ematum, ProIndicus e Mozambique Asset Management (MAM).
O advogado do antigo ministro, Rudi Krause, confirmou à Bloomberg que Chang recebeu a acusação do Ministério da Justiça dos Estados Unidos, que diz “respeito a esses três empréstimos”.
“Ele vai se opor ao pedido de extradição", garantiu Krause, posição que será manifestada por Manuel Chang quando se apresentar ao tribunal em audiência no dia 8 e na qual vai fazer um pedido de fiança para aguardar o julgamento em liberdade.
Em causa parecem estar 500 milhões de dólares sobre os quais a consultora Kroll não encontrou qualquer justificação na auditoria feita ao caso “dívidas ocultas”, bem como activos comprados com dinheiro e que estavam alegadamente superfacturas em cerca de 700 milhões de dólares.
Chang foi detido no sábado, 29, em Joanesburgo pelas autoridades moçambicanas em Joanesburgo a pedido da justiça americana que solicitou a sua extradição.