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Manuel Chang será extraditado para Moçambique, diz a chefe da diplomacia sul-africana


Manuel Chang, antigo ministro das Finanças de Moçambique
Manuel Chang, antigo ministro das Finanças de Moçambique

O antigo ministro moçambicano das Finanças, Manuel Chang, será extraditado para Maputo e não para Nova Iorque, onde é procurado para responder a acusações de conspiração em vários crimes financeiros relacionados com o escândalo das “Dívidas Ocultas”.

A revelação foi feita, quarta-feira, 20, pela ministra sul-africana das Relações Exteriores, Lindiwe Sisulu, entrevistada pela publicação local Daily Maverick.

Chang, que é também deputado, foi detido, em Joanesburgo, a 29 de Dezembro, a pedido da justiça americana, que quer a sua extradição para enfrentar acusações de crimes financeiros feitos, entre outros, em conluio com o franco libanês Jean Boustani, já detido em Nova Iorque.

Boustani era trabalhador da Prinvivest, a empresa fornecedora de equipamento adquirido com fundos das “Dívidas Ocultas”, cujo processo, segundo investigações, carece de transparência. E Chang foi uma das figuras-chave que deram garantias do governo ao Credit Suisse, um dos bancos que deram o empréstimo.

Os empréstimos em causa, na ordem de mais de dois mil milhões de dólares, foram feitos alegadamente para investimentos na pesca de atum e proteção da vasta costa moçambicana.

"Coisa mais fácil para todos"

Semanas após a detenção de Chang, na África do Sul, as autoridades de justiça de Maputo pediram a sua extradição. A meio, os seus advogados pediram liberdade sob fiança, o que foi recusado pela juíza alegando falta de justificação plausível, além de grande probabilidade fuga para escapar da extradição para os Estados Unidos.

Os americanos pediram a extradição de Chang alegadamente por parte das transações fraudulentas terem passado pelo seu sistema bancário.

Na entrevista ao Daily Maverick, a chefe da diplomacia sul-africana diz que o seu país irá despachar o pedido e logo que concluído o caso da Interpol, sob o qual foi feita a detenção, Mocambique terá o seu ministro de volta.

“Iremos enviá-lo para Moçambique afim de ser julgado…e estamos convictos que essa é a coisa mais fácil para todos,” disse Sisulu.

Ela disse ainda que, neste momento, as autoridades sul-africanas da Justiça estão a analisar se haverá contradições entre os Estados Unidos e Moçambique em função dos seus pedidos de extradição.

Recorde-se que relacionado com o escândalo das "Dívidas Ocultas", as autoridades de Maputo iniciaram, semana passada, a detenção de alguns suspeitos, entre eles o filho e a secretária particular do antigo chefe de Estado, Armando Emílio Guebuza.

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