O antigo ministro das Finanças de Moçambique, Manuel Chang, poderá ser extraditado para os Estados Unidos da América, depois do Tribunal Constitucional (TC) da África do Sul ter recusado nesta terça-feira, 7, um pedido interposto pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de Moçambique que solicitou a autorização para recorrer da decisão do ministro da Justiça de o extraditar para os Estados Unidos.
Os nove juízes do TC argumentaram brevemente que a pretensão dos representantes do Estado moçambicano "não era do interesse da Justiça".
Para Adriano Nuvunga, coordenador do Fórum de Monitoria do Orçamento, a decisão “é uma importante vitória do povo moçambicano contra a impunidade e o alento para milhões de moçambicanos que foram empurrados para a pobreza pelas acções de grande corrupção liderada por Manuel Chang”.
A PGR, representada pelo escritório de advogados sul-africano Mabunda Incorporated, pretendia recorrer junto do Tribunal Constitucional da África do Sul, argumentando que Chang pode ser julgado em Moçambique, onde já há um processo judicial aberto contra ele.
“Manuel Chang vai encontrar a justiça nos EUA porque aqui em Moçambique o Estado moçambicano não estava a criar condições para que se fizesse justiça como se viu no julgamento que decorreu na BO que para 'inglês ver', esperamos que esta acção possa devolver alguma dignidade ainda não possa haver o ressarcimento material pelos efeitos gravosos da corrupção que se manifesta através da pobreza no dia-a-dia dos milhões de moçambicanos”, acrescentou Adriano Nuvunga.
A PGR ainda não reagiu a esta decisão que pode levar à extradição de Manuel Chang aos Estados Unidos da América.