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Manica: Oposição critica participação de chineses na campanha eleitoral da Frelimo


Cartazes numa parede nas ruas de Maputo, marcam o início da campanha eleitoral para as eleições presidenciais de 9 de outubro de 2024
Cartazes numa parede nas ruas de Maputo, marcam o início da campanha eleitoral para as eleições presidenciais de 9 de outubro de 2024

Os principais partidos na oposição em Moçambique, criticam duras a aparição pública, na cidade de Chimoio, de um grupo de chineses a fazer campanha eleitoral e a oferecer material de propaganda ao partido Frelimo, no poder, e alertam que a atitude pode colocar em causa a soberania do país.

Manica: Oposição critica participação de chineses na campanha eleitoral da Frelimo
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Num vídeo que se tornou viral nas redes sociais, Cai Mary, cidadã chinesa e porta-voz da Associação de Chineses de Manica, no centro de Moçambique, aparece vestida de um colete e boné do partido Frelimo a falar de uma troca de favores com material de propaganda eleitoral.

O vídeo foi filmado durante a pré-campanha, nos arredores da cidade de Chimoio, mas em vários momentos da campanha ainda foi notada a participação de cidadãos chineses.

Os partidos Renamo e o MDM em Manica dizem que o aparecimento e apoio público daquele grupo de cidadãos interfere nos interesses de um estado de direito democrático, na medida em que a troca de favores, geralmente é em prejuízo da população.

Soberania em causa

Para António Cigarette, porta-voz da campanha do MDM, "isto não é normal. Este grupo chinês faz campanha a favor da Frelimo, porque beneficia-se de algumas minas ou florestas para exploração de madeira”.

Cigarette diz que a campanha eleitoral em curso “é desproporcional” por causa daquele tipo de favores.

Por sua vez, Manuel Macocove, porta-voz da campanha da Renamo, considera a participação de cidadãos chineses uma ingerência nos assuntos do Estado moçambicano.

“Pelos favores que fazem à China estão a receber muito antes do desembolso de fundos pela Comissão Nacional de Eleições. Isso mostra as fragilidades do nosso país e das nossas instituições”, favorecendo a manter-se no poder o partido que governa o país desde a independência em 1975, precisa Macocove.

“Nós achamos que isso não pode continuar assim, porque fere com a nossa soberania. A partir da altura em que existem recursos que são oferecidos a determinados partidos em nome do governo a soberania está beliscada”, enfatiza Macocove.

A VOA fez vários pedidos de reação ao partido Frelimo em Chimoio, mas não obteve resposta imediata.

Refira-se que a participação de chineses na campanha da Frelimo ocorre numa altura em que a relação entre Moçambique e China cresce. O país asiático também se apresenta como um dos principais credores.

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