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Mali: Deslocados internos enfrentam riscos


Malianos deslocados pela guerra
Malianos deslocados pela guerra

Regresso não coordenado seria prematuro

Apesar dos êxitos militares contra os grupos islamitas no norte do Mali, os civis deslocados estão a ser avisados para não regressarem a casa.

O Centro de Controlo dos Deslocados Internos sustenta que uma sensação de falsa segurança pode levar a novos deslocamentos.

A especialista do Centro Elizabeth Rushing sublinha que os regressados continuam a enfrentar insegurança e grande escassez de alimentos.

Um estudo recente da Organização Internacional de Migrações indica que 93 por cento do Malianos, que foram deslocados pelo conflito há mais de um ano atrás, estão ansiosos por regressar. Sentem-se encorajados pelos avanços feitos pelas tropas Francesas, Malianas e da África Ocidental.

Mais de 230 mil pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas dentro do Mali. As populações deslocadas estão simplesmente desejosas de regressar a casa.

Todavia o forte desejo de regressar a casa pode levá-los a enfrentar uma realidade para que não estão preparados pois o norte continua a não ser seguro.

As recentes operações militares em muitas zonas do norte forçaram os grupos armados a dispersar para as montanhas.

Muitos cortaram mesmo as barbas, para tentar o anonimato dentro da população, existindo uma ameaça de estarem a reagrupar e a planear novos ataques, como os que ocorreram há duas semanas atrás em Gao, com ataques suicidas no centro da cidade.

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Existe igualmente o problema de encontrar algo que comer, e o regresso a uma área na vastidão do Sahel que tem passado por uma crise alimentar severa e crónica.

A Argélia encerrou a fronteira com o Mali, o que afectou o comércio e os carregamentos de alimentos a partir daquele país.

Desde Janeiro as agências humanitárias têm vindo a obter acesso a partes do norte e centro do Mali, mas só receberam três por cento dos mais de 370 milhões de dólares que solicitaram para ajudar à reconstrução.

O governo Maliano tem a vontade de ajudar os seus cidadãos, mas não possui recursos para tal.

Em Dezembro, o Mali ratificou a Convenção de Campala um instrumento de protecção dos direitos das pessoas deslocadas internamente.

Neste momento ocorre a tentativa de reconsolidar o poder e a segurança e por isso qualquer regresso não coordenado seria prematuro por deixar os civis a enfrentar o risco de voltarem a ser deslocados.
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