O economista Roberto Tibana diz que as negociações entre o Governo de Moçambique e os credores sobre as chamadas dívidas ocultas, serão sempre difíceis, porque o actual ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, perdeu credibilidade junto dos parceiros e não tem estratégia.
Roberto Tibana afirma que o Governo moçambicano tem que ser credível e ter uma estratégia negocial séria, seguindo o exemplo da Grécia, que quando estava a negociar com a União Europeia e outros credores, "teve de sacrificar um bom ministro das Finanças que tinha, por causa das posições anteriores que ele havia tomado".
Explica que o ministro grego já não representava a nova estratégia negocial do Governo, que ele próprio tinha elaborado, e os mercados já não acreditavam nele, sublinhando que "a questão da credibilidade é muito importante, e o ministro moçambicano nem sequer tem essa capacidade de elaborar uma estratégia negocial".
"Não basta ter posições, é preciso que as posições sejam representadas por pessoas credíveis; internamente, eles (Governo) têm que ter uma política fiscal credível; eles tinham que ter projecções macroeconómicas de médio prazo, pelo menos cinco anos de projecções", destacou aquele economista.
Tibana diz que o Governo "penhorou os recursos minerais em toda esta estratégia de dívidas; as pessoas estão à espera (...) mesmo que tenham que esperar 10 ou 15 anos."
Refira-se que o Centro de Integridade Pública também considera que a proposta governamental sobre a reestruturação da dívida hipoteca os recursos minerais, o que foi considerado extremismo por uma fonte governamental.