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Malawi impõe racionamento de combustível devido à escassez


ARQUIVO: Pessoas fazem fila com bidões para comprar combustível na estação de serviço Biwi Triangle Petroda em Lilongwe, no Malawi, a 1 de outubro de 2021.
ARQUIVO: Pessoas fazem fila com bidões para comprar combustível na estação de serviço Biwi Triangle Petroda em Lilongwe, no Malawi, a 1 de outubro de 2021.

O governo estava a “demorar uma eternidade” para resolver a crise - Godfrey Chisusu, automobilista.

O Malawi foi obrigado a racionar o abastecimento de combustível esta semana, devido à falta de divisas.

A Autoridade Reguladora da Energia do Malawi (MERA) disse que as restrições afetariam estações de serviço específicas e ajudariam a evitar o açambarcamento e as vendas no mercado negro.

As medidas destinavam-se a “garantir um acesso equitativo ao combustível em todo o Malawi”, disse o diretor-executivo da MERA, Henry Kachaje, na quarta-feira, 30, mas muitos residentes e empresas estão a sentir o aperto.

“A inflação disparou e, com o início da estação das chuvas, os agricultores não têm acesso nem podem transportar fertilizantes, o que coloca a segurança alimentar do país em grave risco”, afirmou a Human Rights Defenders Coalition (HRDC), um grupo local de defesa dos direitos humanos.

ARQUIVO: Pessoas fazem fila com bidões para comprar combustível na estação de serviço Biwi Triangle Petroda em Lilongwe, no Malawi, a 1 de outubro de 2021.
ARQUIVO: Pessoas fazem fila com bidões para comprar combustível na estação de serviço Biwi Triangle Petroda em Lilongwe, no Malawi, a 1 de outubro de 2021.

A falta de combustível aumentou os custos de transporte, com repercussões no aumento dos preços dos bens essenciais e dos alimentos num país onde 70% da população vive em condições de pobreza extrema.

À porta de uma bomba de gasolina na capital Lilongwe, na sexta-feira, 1, o camionista Mustafa Nankwenya, com o veículo carregado com material médico, disse que tinha passado quatro dias à procura de gasóleo para o seu camião de 10 toneladas.

Estou realmente sob pressão neste momento."
Mustafa Nankwenya - camionista

Nankwenya transportava antirretrovirais para instalações de saúde do governo na cidade de Mangochi, a 350 quilómetros (cerca de 210 milhas) de distância.

O porta-voz do governo, Moses Kunkuyu, disse que a principal causa da crise foi a indisponibilidade de divisas para pagar os 75 milhões de dólares devidos aos fornecedores da mercadoria.

O problema está agora a ser resolvido, disse ele.

“Nos últimos dois dias (...) quase 70 milhões de dólares foram pagos”, disse Kunkuyu, acrescentando que ainda havia alguns problemas com o carregamento e o transporte de combustível dos portos da Tanzânia e de Moçambique.

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O automobilista Godfrey Chisusu disse que o governo estava a “demorar uma eternidade” para resolver a crise.

“Se conseguiram obter divisas agora, isso significa que já deviam ter resolvido o problema há muito tempo, mas não o fizeram”, disse ele.

A Coligação de Defensores dos Direitos Humanos disse que a nação merecia saber “quando é que esta crise vai acabar”.

“Asseguraram aos malawianos que a crise duraria apenas uma semana, mas estamos agora a entrar na quinta semana, sem qualquer alívio à vista”, afirmou o grupo no comunicado.

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