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Malawi: Falta de milho agita ânimos


O país chegou a ser considerado como um exportador de alimentos depois de ter vendido 40 mil toneladas de milho ao vizinho Zimbabué

O governo do Malawi está a tentar minimizar o impacto da falta de alimentos racionando o principal produto agrícola do país, o milho. Contudo essa medida causou um aumento substancial do preço do milho.

De acordo com o último relatório da Comissão de Avaliação da Vulnerabilidade do Malawi, indica que cerca de 13 milhões de pessoas se deparam com uma vaga de fome devido à seca prolongada, a inundações e a colheitas fracas de milho.

Aquela comissão que integra departamentos governamentais, as Nações Unidas, embaixadas e agências humanitárias, afirma que os lares mais desfavorecidos dos distritos afectados vão debater-se com deficiência alimentar até ao início das próximas colheitas em Abril próximo.

A situação está a ser agravada pelo racionamento posto em prática recentemente pela agência governamental encarregada da comercialização dos cereais, limitando as vendas de milho a 10 quilos por pessoa.

Segundo o vice-ministro da agricultura, Ulemu Chilapondwa, a medida destina-se a proteger os pobres dos comerciantes que estão a tentar vender o milho a um preço exorbitante.

Contudo a Associação de Consumidores de Malawi, afirma que o racionamento está a agravar ainda mais a vaga de fome entre os malauianos comuns obrigados a passarem horas em longas filas esperando o seu cereal.

John Kapito é o director executivo do grupo: “ Achamos que está a tornar-se difícil porque as famílias têm que passar muito tempo à espera dos seus 10 qulios de milho. Quando contabilizamos o tempo que despenderam e a quantidade de milho que conseguiram obter, chegamos à conclusão de que não faz sentido.”
Até ao ano passado, o Malawi vinha registando vários anos sucessivos um excedente de milho na sequência da introdução de um subsídio para fertilizantes em 2005.

O país conseguiu mesmo ser considerado como um exportador de alimentos depois de ter vendido 40 mil toneladas de milho ao vizinho Zimbabué e depois de ter doado 5 mil toneladas ao Lesoto e outras tantas à Suazilândia.

No entanto, na semana passada a imprensa local falava de 5 mortos em consequência de doenças relacionadas com a fome no distrito central de Dedza.
Kapito afirma que algo está errado: “ Penso que que há algo de errado com a actuação do governo visto que sabemos que alguém está a reter o milho. Se o presidente pode ir a um comício distribuir 2 mil sacos de milho, isso quer dizer que esse milho vem de algum lado.”

O governo insiste contudo que a situação está controlada e que há milho suficiente para fazer frente à situação alimentar até às próximas colheitas.
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