A província angolana de Malanje continua a sofrer uma forte crise no sector da Saúde, como ausência de médicos, enfermeiros, técnicos especializados e pessoal de apoio nos diferentes serviços nos hospitais..
Na maioria dos municípios, apenas cerca de 40 por cento dos quadros do sector da saúde são efectivos e as administrações municipais não têm dinheiro para pagar os salários em atraso dos funcionários em regime de contrato, afirma o próprio director da Saúde, Avantino Hélio Sebastião.
“Há municípios em que mais de 60 por cento dos funcionários estão em regime de contrato e têm um atraso de até oito meses no pagamento de salários”, revela Sebastião.
Aquele responsável admitiu que a melhoria das políticas de enquadramento pode beneficiar a província, que tem uma escola de formação de técnicos de saúde em funcionamento há mais de 20 anos, uma Faculdade de Medicina e um Instituto Superior Politécnico.
“O grande problema é o enquadramento desses técnicos nos serviços de saúde, que não acompanhou o crescimento destas unidades”, reforçou Avantino Hélio Sebastião, para quem“a absorção desses quadros é ínfima”.
A crise de medicamentos e material consumível de acordo com o director da saúde em Malanje tem uma justificação.
“As unidades sanitárias, com a verba que deveria ser utilizada para aquisição de materiais, medicamentos e outros meios, pagam grande parte dos salários dos trabalhadores contratados”, referiu.
As dificuldades no sector da saúde na província de Malanje são enormes.
Roubo de medicamentos por enfermeiros no município do Luquembo no mês de Fevereiro e défice de gestão de toda cadeia a nível da província levaram o governador Norberto Fernandes dos Santos a criar em Janeiro último, uma comissão provincial para reforço o seu institucional.
A missão do órgão, com vigência de 90 dias, é de prestar informações diárias ao governador provincial.