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Malanje: A distante e árdua caminhada para a educação


Gabriela Paiva estudante que anda 20 quilómetros para ir a escola
Gabriela Paiva estudante que anda 20 quilómetros para ir a escola

Caminhadas de 20 quilómetros em zonas rurais provocam desistências, professores e alunos pedem transportes públicos

Aos 11 anos de idade Gabriela Paiva sabe o quão duro e cansativo é o caminho da educação.

Todos os dias ela caminha cerca de 20 quilómetros de ida e volta para a escola, numa zona rural de Malanje.

“Saio lá (de casa) seis horas [manhã] , às vezes chegamos às 8 ou 9 horas, ando a sentir dores dos pés, doem muito”, disse Gabriela, que frequenta a terceira classe e e para quem o Governo deveria ”pôr autocarros para nos transportar”.

Malanje: O distante e árduo caminho da educaçãp - 2:33
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As caminhadas de Gabriela Paiva ilustam bem como nas comunidades rurais do interior das províncias angolanas milhares de alunos do ensino primário percorrem dezenas de quilómetros para frequentar uma escola.

Na província de Malanje, o número de crianças que deixaram de estudar, ou sem acesso à escola por causa da distância entre a casa e a escola é enorme, embora não haja dados oficiais sobre o abandono escolar

Joaquim Lourenço, residente numa comuna de Malanje, faz notar que as crianças fazem as suasl ongas caminhadas sozinhas sem os pais o que pode ser perigoso.

“Algumas saem do Cahunda e Puíca que tem 12 quilómetros, [outras] saem de Dala Samba, mas já estão aqui a viver, 18 ou 16 quilómetros”, conta Lourenço.

O professor Benjamim António faz notar que que esses alunos não vão à escola devido à chuva.

"Há momentos das chuvas e há falhas deles, há momentos que atrasam por causa da distância daqui para lá”, refera o professor, sugerindo “para que elas melhorem queríamos uma ajuda de um transporte que os leve de lá para aqui”.

A distância afeta o desenvolvimento cognitivo do aluno, refere o assistente social especialista em saúde pública, Nelson Narciso

Nelson Narciso assistente social
Nelson Narciso assistente social

“Quando não há um adulto para fazer o acompanhamento esta criança, a criança vai deparar-se com diversas situações ao longo do caminho que podem gerar distração, podem gerar muitas vezes riscos que perigam a sua saúde, quer psicológica, quer mental”, aponta Narciso que fez notar ainda que em muitas zonas rurais de Malanje há ainda minas anti-pessoais deixadas na guerra civil, o queconstitui ainda um risco para as crianças.

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