07 Jan, 2011 - Portugal prestou, na sexta-feira, a última homenagem ao pintor moçambicano Malangatana Valente. Foi, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, onde o corpo se encontra em câmara ardente. Não há memória recente de uma homenagem póstuma desta grandeza a um cidadão estrangeiro. A ministra da Cultura de Portugal, o embaixador de Moçambique em Lisboa, o ex-Presidente da República Mário Soares e um representante da comunidade moçambicana foram os oradores da cerimónia de homenagem oficial.
Morreu Malangatana, pintor, pastor, aprendiz, curandeiro e mainato. A notícia veio assim, pelas agências noticiosas. Malangatana Valente morreu: tinha 74 anos. Moçambique e todo o mundo lusófono estão de luto com a perda de Malangatana. Foi poeta, actor, dançarino, dinamizador cultural, organizador de festivais, filantropo e até deputado. Recordamos aqui a vida e a obra deste embondeiro da cultura moçambicana. Falámos com Calane da Silva, professor universitário, poeta, escritor e director do Centro Cultural Brasil-Moçambique ; com dois jovens autores moçambicanos recentemente galardoados com prémio literários: Clemente Bata e Lucílio Manjate; com o realizador de cinema e dirigente da estação de televisão STV, João Ribeiro; e, ainda, com o historiador Álvaro Mateus, co-autor de diversas obras sobre a era colonial portuguesa.