A prémio Nobel da Paz Malala Yousafzai pediu nesta segunda-feira, 17, a declaração de "estado de emergência para a educação" na Nigéria durante uma visita ao país em que conheceu algumas das "estudantes de Chibok", sequestradas pelo grupo terrorista Boko Haram.
A activista pela educação mundial, de 20 anos, fez a sua proposta durante um acto com o Presidente interino, Yemi Osinbajo, no complexo presidencial em Abuja.
Na Nigéria há 10,5 milhões de crianças que não vão à escola e 60% delas são meninas, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Muitas delas estão no nordeste do país, onde os rebeldes do Boko Haram infligiram importantes danos à educação nos últimos nove anos.
"Destaquei algumas questões", disse Malala após o encontro.
"A primeira foi pedir ao Governo que declarasse o estado de emergência para a educação porque a educação das meninas e dos meninos nigerianos é realmente importante", revelou, adiantando que, em segundo lugar, pediu que o investimento deve ser público e, em terceiro, que "a Lei dos Direitos da Infância deve ser implementada em todos os Estados".
A activista disse que a sua proposta recebeu uma "resposta positiva" do Presidente interino Osinbajo.
Malala Yousafzai reuniu-se também com algumas estudantes que foram sequestradas pelos islamitas do Boko Haram em Chibok em Abril de 2014, um dos principais símbolos dos ataques à educação das crianças no país.
"Estou muito emocionada por vê-las retornando aos seus lares e com suas famílias e seguir com a educação", disse.
No total, 106 das mais de 200 estudantes sequestradas foram libertadas, resgatadas ou escaparam após mais de três anos no cativeiro, mas 113 ainda estão retidas.