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Mais de uma centena de angolanos protestam em Luanda contra a corrupção e a impunidade


Manifestante carrega a bandeira angolana numa manifestação anti-governo em Luanda, 24 outubro 2020
Manifestante carrega a bandeira angolana numa manifestação anti-governo em Luanda, 24 outubro 2020

Manifestação foi pacífica e acompanhada pela polícia

Pouco mais de uma centena de pessoas, na sua grande maioria jovens, realizaram um protesto no Largo 1ro. de Maio, em Luanda, contra a corrupção, a impunidade e o desemprego.

Ao contrário do que aconteceu nas manifestações de 24 de outubro e 11 de novembro, a Polícia Nacional (PN) não reprimiu o protesto que, segundo alguns participantes, serviu para homenagear também o estudante Inocêncio Alberto de Matos, morto durante a manifestação no dia que assinalou o 45o. aniversário da independência de Angola.

“Senhor presidente: quantas pessoas terão de morrer de fome para resolver as questões?”, lia-se num dos cartazes carregados pelos manifestantes, em relação à morte de Matos.

Os manifestantes também exigiram o afastamento e a entrega à justiça do chefe de Gabinete da Presidência da República, Edeltrudes Costa, alvo de denúncias de corrupção de acordo com documentos apresentados numa reportagem da televisão portuguesa TVI.

Nas anteriores manifestantes, que acabaram em violência e com dezenas de detidos, a PN alegou o decreto presidencial de 23 de outubro que proibe aglomeração superior a cinco pessoas em lugares públicos.

O decreto, que tem sido alvo de críticas da oposição e de activistas, não foi citado agora.

No início da semana, os promotores da manifestação escreveram uma carta ao Procurador-Geral da República a pedir uma investigação ao que consideram crime de “associação criminosa praticada pela direcção do MPLA liderada pelo senhor José Eduardo dos Santos (ex-Presidente da República) que institucionalizou a política de acumulação primitiva de capital” que se traduziu na prática de crimes de corrupção.

João Lourenço é visado também com os demandantes a quererem saber “a maneira como se tornou num dos donos do Banco Sol e do Banco Angolano de Investimento” e pedem ainda que Hélder Pitta Grós apure as responsabilidades de José Eduardo dos Santos e de outros homens fortes do seu regime, como os generais Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino” e Helder Vieira Dias “Kopelipa” e Manuel Vicente, na criação e contratação da empresa Trafigura pelo Estado angolano.

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