O Mar Mediterrâneo registou, nos primeiros seis meses deste ano, a travessia de 138 mil imigrantes, uma subida de 83 por cento comparado ao mesmo período do ano passado, indica um relatório da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
O destino dos imigrantes é a Europa, particularmente Grécia, Itália e Espanha, onde esperam melhores condições de vida. Um terço dos refugiados que chegaram à Grécia e Itália são sírios, que fogem da guerra. Outros fogem da violência no Afeganistão e Eritreia.
A Acnur diz que a Europa experimenta uma crise de refugiados marítimos de proporções históricas. Face às fatalidades que ocorrem no percurso, os líderes do velho continente têm estado a procura de respostas.
O Alto-comissário das Nações Unidas para os refugiados, o português António Guterres, disse que enquanto os líderes europeus procuram formas de lidar com a crise do Mediterrâneo, é preciso ter a clareza de que “a maioria das pessoas que chega por mar à Europa são refugiados que buscam protecção."
O relatório informa que este ano mais de 1800 pessoas perderam a vida durante a travessia feita, muitas vezes, em barcos sem nenhuma segurança e superlotados, que partem da Turquia ou Norte de África. Maior número de fatalidades foi registado em Abril, 1308.
A Acnur prevê a subida do número de imigrantes ao longo do segundo semestre deste ano. Isso é influenciado pelo tempo quente que se regista no Mediterrâneo neste período do ano.
Em 2014, o número dos que atravessaram no segundo semestre foi o dobro do primeiro semestre.