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Mais ajuda chega a Gaza, mas a ONU alerta para a iminente escassez de combustível


Camiões carregados de combustível entram na Faixa de Gaza através da ligação de Rafah com o Egito, em 22 de outubro de 2023.
Camiões carregados de combustível entram na Faixa de Gaza através da ligação de Rafah com o Egito, em 22 de outubro de 2023.

O abastecimento de combustível pode acabar na quarta-feira, diz o chefe da ajuda humanitária palestiniana da ONU

Mais ajuda humanitária chegou à Faixa de Gaza no domingo, mas a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos avisou que ficaria sem combustível até quarta-feira, o que complicaria a assistência no meio dos ataques aéreos israelitas contra os militantes do Hamas e da ameaça de uma invasão terrestre israelita.

"Sem combustível, não haverá água, nem hospitais e padarias a funcionar", disse Philippe Lazzarini, comissário-geral da agência. "Sem combustível, a ajuda não chegará a muitos civis desesperadamente necessitados. Sem combustível, não haverá assistência humanitária".

Lazzarini disse que a UNRWA - a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente - "é o maior ator humanitário na Faixa de Gaza". A UNRWA apoia atualmente mais de meio milhão de pessoas, de entre o milhão de pessoas deslocadas na Faixa de Gaza.

Mas "sem combustível, estaremos a falhar com a população de Gaza, cujas necessidades estão a aumentar a cada hora, sob a nossa vigilância. Isto não pode e não deve acontecer". "Apelo a todas as partes e a todos os que têm influência sobre elas para que autorizem imediatamente a entrada de combustível na Faixa de Gaza e para que garantam que o combustível é utilizado de forma rigorosa, a fim de evitar o colapso da resposta humanitária", afirmou Lazzarini.

Esta vista aérea mostra camiões de ajuda humanitária que chegam do Egito depois de terem atravessado o posto fronteiriço de Rafah e chegado a uma instalação de armazenamento em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, a 21 de outubro de 2023.
Esta vista aérea mostra camiões de ajuda humanitária que chegam do Egito depois de terem atravessado o posto fronteiriço de Rafah e chegado a uma instalação de armazenamento em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, a 21 de outubro de 2023.

Os combates em Gaza também afectaram a agência de ajuda humanitária, tendo a UNRWA informado que 29 membros do seu pessoal foram mortos desde o ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro, que matou 1400 pessoas. Desde então, Israel tem bombardeado Gaza, tendo as autoridades palestinianas afirmado que cerca de 4 400 pessoas foram mortas. Foram destruídos edifícios importantes no território, uma estreita faixa de terra ao longo do Mar Mediterrâneo.

A passagem de Rafah, entre a Faixa de Gaza e o Egito, abriu na manhã de sábado pela primeira vez desde o ataque do Hamas. Um comboio de cerca de 20 camiões entregou alimentos, água, medicamentos e outros artigos de primeira necessidade aos habitantes de Gaza.

Cindy McCain, directora executiva do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas, disse ao programa "This Week" da ABC que mais 17 camiões de ajuda humanitária entraram em Gaza no domingo e que outros 40 eram esperados na segunda-feira. Segundo ela, a necessidade de mais assistência é substancial.

As autoridades palestinianas manifestaram o seu desapontamento pelo facto de Gaza não ter recebido abastecimento de combustível.

"A exclusão do combustível da ajuda humanitária significa que a vida dos doentes e dos feridos continuará em risco. Os hospitais de Gaza estão a ficar sem os requisitos básicos para realizar as intervenções médicas", afirmou o Ministério da Saúde de Gaza, acrescentando que a ajuda era apenas 3% do que costumava entrar em Gaza antes da crise.

As Nações Unidas têm vindo a pressionar Israel e o Egipto para que a ajuda possa entrar livremente em Gaza, onde centenas de milhares de pessoas necessitam de assistência após duas semanas de bombardeamentos e de um bloqueio rigoroso de alimentos e combustível por parte de Israel.

As Nações Unidas afirmaram que a ajuda seria recebida e distribuída pelo Crescente Vermelho Palestiniano, com o consentimento do Hamas, que controla Gaza.

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