Os números da malária em Angola continuam a aumentar, no momento em que a crise económica e financeira começa a deixar marcas nos programas sociais do Governo.
Angola registou nos dois primeiros meses deste ano mais de mil mortes pela malária, em mais de 500 mil casos, revelou neste Dia Mundial de Luta contra a Malária o director-adjunto do Programa Nacional de Controlo e Combate à Malária (PNCCM), Rafael Dimbu.
Em declarações à rádio Pública, Dimbu disse que a participação dos cidadãos no combate à doença é importante, através de medidas preventivas.
"Os angolanos devem perceber que a malária não é um problema apenas do Governo, é preciso que as pessoas percebam que temos medidas preventivas para evitarmos a malária, é preciso que a gente use redes mosquiteiras, acabe com os charcos de água, para acabar com os mosquitos", referiu Rafael Dimbu, que justificou esse aumento de casos com as chuvas.
O economista Carlos Rosado de Carvalho diz que, além de reduzir o investimennto no combate à malária, a crise também corta investimentos no saneamento basico, tal como se vê na capital angolana, com consequências também ao nível da saúde: “não há dinheiro para saneamanto não há dinheiro para o lixo isso aumenta a malaria”, afirma.
Numa análise da situação actual, Carvalho aponta à VOA para a elevada taxa de mortes no país devido a muitas doenças, entre elas a malária, com consequências gravíssmas na produtividade e consequentemente na economia nacional.
“Aquilo que cada um produz é a nossa produtividade, mas quando as pessoas não vão trabalhar porqeu ficam doentes, há consequências a nivel os gastos que se fazem”, explica Carlos Rosado de Carvalho.
Neste Dia Mundial de Luta Contra a Malária, as autoridades angolanas fizeram vários apelos para um maior envolvimento da sociedade na recolha e tratamento do lixo, evitar charcos de águas nos quintais, e uso constante do mosquiteiro.