O presidente da FNLA Lucas Ngonda diz continuar à frente do partido e acusa Fernando Pedro Gomes de não ter legitimidade para convocar nenhum órgão daquela formação política.
Em entrevista à VOA, Ngonda afirma que não haverá nenhum congresso já que a direcção actual, eleita em 2015, tem mandato até 2019 e refuta acusações de que tem participado em comícios e actos do MPLA.
Lucas Ngonda diz que o partido é regido por estatutos e quem convoca o Comité Central, o Buro Político, congresso e a conferência nacional é o presidente.
Ngonda afirmou que Fernando Pedro Gomes e as pessoas que se juntaram a ele não têm nenhuma legitimidade nem para convocar o Comité Central, nem nenhum órgão do partido, com a agravante de que foram excluídas dos órgãos da FNLA
“O senhor Fernando Pedro Gomes é pura e simplesmente um sabotador que está a fazer um trabalho para impedir que a FNLA participe nas eleições”, acusa Ngonda, questionando “que legitimidade tem para convocar uma reunião do Comité Central e destituir o seu presidente”.
Ele considera que é “um trabalho de desestabilização que não tem nenhum respaldo jurídico nem político” e garante que Gomes “não reuniu nenhum Comité Central, mas sim antigos comissários que tinham sido afastados”.
Devido às declarações à imprensa, Lucas Ngonda diz que vai processar Fernando Pedro Gomes.
Quanto ao congresso há muito pedido por alguns sectores do FNLA, o presidente afirma que, de acordo com os estatutos, a direcção eleita em 2015 “vai conduzir o partido às eleições já que tem um mandato de quatro anos”.
Por agora, o Comité Central vai reunir-se nos dias 8 e 9 de Abril para preparar a FNLA para as eleições e, segundo Ngonda, “embora tudo esteja em aberto, os estatutos indicam que o presidente é o cabeça-de-lista do partido às eleições”.
Num acto público realizado no passado dia 19 em Luanda, Fernando Pedro Gomes acusou o Lucas Ngonda de participar em actos públicos e inaugurações do MPLA, e acusa-o de pretender destruir e impedir a restruturação da FNLA.
Ngonda desvaloriza as acuações e pergunta se alguém o viu em algum acto do MPLA.
“Eu não sou do MPLA, o que iria fazer lá, se não fui do MPLA na minha juventude, iria sê-lo agora”, pergunta em jeito de resposta.