O presidente da FNLA Lucas Ngonda anuncia “contactos avançados” com as sensibilidades que se opõem à sua liderança para mais uma tentativa de reunificação interna da partido angolano.
Em declarações à VOA, Ngonda revela que nos próximos tempos serão publicados os resultados das consultas em curso.
As declarações do Ngonda acontecem depois de, em Maio, o Tribunal Constitucional ter invalidado o congresso realizado na cidade do Huambo em 2018.
Crise
A divisão interna agudizou-se ainda mais e muitos militantes vieram a público sugerir o afastamento de Ngonda e exigir que aquela instância judicial reconheça a figura de Pedro Gomes, como presidente eleito num outro congresso que se realizou simultaneamente em Luanda.
Mas enquanto os detalhes das consultas anunciadas pelo actual líder da FNLA ainda não são conhecidos, algumas figuras de proa daquele partido histórico angolano manifestam-se disponíveis para abraçar a causa de Lucas Ngonda, embora com algumas reservas.
Outros ainda exigem a realização de mais um congresso para a eleição de uma nova liderança.
Laís Eduardo, antigo porta-voz da FNLA, diz que a legitimidade de Lucas Ngonda nunca foi posta em causa mas pede “seriedade” nas intenções do político.
Por sua vez, o também antigo dirigente do partido Miguel Pinto afirma que a continuação de Ngonda na liderança do partido, até a realização de um novo congresso, é a única forma de evitar nova fractura do partido.
Entretanto, Fernando Pedro Gomes foi citado como tendo-se manifestado preocupado com o facto de o Tribunal Constitucional não se ter pronunciado sobre os resultados do congresso que o elegeu presidente da FNLA na reunião de Luanda
A crise de liderança na FNLA remonta ao ano de 2009, depois da morte do seu fundador, Holden Roberto.
