O activista angolano Henrique Luaty Beirão foi transferido nesta sexta-feira para o hospital-prisão de São Paulo, em Luanda, como medida preventiva a fim de evitar que se agrave o seu estado de saúde.
A informação foi avançada hoje à VOA pelo deputado da Unita Adalberto da Costa Júnior que considerou que o activista está num "estado deplorável".
Beirão está em greve de fome há 11 dias e, segundo o irmão, encontra-se muito mal.
“Estive com o meu irmão no sábado e fiquei chocado ao ver como perdeu peso e creio que dentro de alguns dias ele já não conseguirá andar”, disse Pedro Beirão à VOA.
Ele diz não ser verdade que os activistas se encontram bem, como afirmou esta semana a Procuradoria Geral da República.
Os advogados da defesa dos jovens activistas do autodenominado Movimento Revolucionário disseram à VOA terem sido notificados nesta quinta-feira, pelo Tribunal Provincial de Luanda, que os seus constituintes foram indiciados pelo crime de atentado contra o Presidente da República, o Governo de Angola e de actos preparatórios de rebelião.
O advogado Luiz de Nascimento disse que a sua equipa já reagiu no sentido da soltura imediata dos acusados por excesso de prisão preventiva.
No mesmo processo respondem também as jovens Rosa Conde e Laurinda Gouveia, que aguardam o julgamento em liberdade.
O advogado Zola Bambi, da associação Mãos Livres,revelou que a sua equipa também vai recorrer da acusação pelos mesmos motivos.