Luaty Beirão diz temer pela sua segurança e não descarta que pode vir a ser morto, em declarações a jornalistas em Bruxelas, onde se encontra para participar num debatena subcomissão dos Direitos Humanos do Parlamento Europeu (PE).
"Há várias formas de repressão e várias formas de estarem atentos e nos monitorizarem e, eventualmente, se acharem que é mais útil, silenciarem-nos", disse Beirão que admite temer pela sua segurança.
“Mas o que é que a gente há de fazer? Enquanto estamos vivos, temos que saber lidar com esse medo e a cada passo temos de avaliar se o medo nos domina ou se nós o controlamos", reforçou o activista que disse estar em Bruxelas para "falar das eleições que vão acontecer este ano em Angola” e “da relação entre a União Europeia e Angola".
Ao abordar este ano eleitoral, o também músico considerou que “começa a haver espaço para a intolerância política, há mais perseguições, há mais tensões, mais escaramuças, eventualmente repressões que podem acabar em mortes, inclusivamente".
No encontro, Beirão vai abordar também o percurso dos activistas angolanos "enquanto cidadãos que lutam em Angola por um Estado plural, democrático, de direito".
O Parlamento Europeia seguiu com a atenção o caso do grupo dos 17 activistas detidos em Julho de 2015 tendo aprovado uma resolução sobre os direitos humanos em Angola.
Luaty Beirão integra o grupo dos 17 activistas detidos em Junho de 2015 e sentenciados a pesadas penas de prisão por tentativa de golpe de Estado e associação de malfeitores.
Em Junho do ano passado, depois do Tribunal Supremo ter ordenado a sua soltura enquanto aguardavam o julgamento do caso naquele órgão, os activistas foram amnistiados ao abrigo de uma lei assinada pela Presidente da República.
Em setembro de 2015, o PE aprovou uma resolução sobre os direitos humanos em Angola.