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Luanda: Topomínia deve refletir figuras históricas da cidade não de políticos, diz urbanista


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O principal partido da oposição angolana, a UNITA, diz não ter recebido qualquer convite para sugerir nomes para as ruas da capital mas FNLA diz que já enviou uma lista de sugestões.

Isto ao mesmo tempo que o urbanista Cláudio Fortunadiz que o processo deveria ser livre de política e ser concentrado a fatores históricos da cidade.

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Muitas das ruas de Luanda continuam a ter nomes de figuras da história de Portugal e para iniciar um processo de mudança o Governo Provincial de Luanda, realizou em maio último uma reflexão sobre "O Regime Jurídico”, "Os Aspetos Antropológicos e Culturais” e "Os Elementos Técnicos” de mudanças na toponímia da cidade.

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Neste momento, a nível de Luanda, a implementação está em maior proporção nos municípios do Kilamba Kiaxi e Talatona, nos distritos urbanos do Nova Vida e Talatona.

Em entrevista a Voz da America, Ndonda Nzinga, porta-voz da FNLA confirmou que o seu partido recebeu um pedido para fornecer uma lista de nomes históricos para a toponímia de Luanda.

Nzinga acrescentou que o seu partido já forneceu uma lista e nos que inclui figuras históricas do partido como Hold Roberto e muitos outros.

Mas Marcial Dachala, porta-voz do partido UNITA, nega ter sido solicitado qualquer lista para a toponímia da cidade.

“Mas nós, ao nível central, não recebemos nenhum convite, nenhum pedido, no sentido de participarmos da ação de nomes para a toponímia da cidade capital e do país”, disse afirmando que “quando recebermos, também dizemos que sim”.

Para o urbanista Cláudio Fortuna a memória de uma cidade deve, contudo, refletir a sua história e não se submeter a caprichos políticos.

“Claramente tem que ser uma questão histórica, porque a memória da cidade passa sobretudo por aquelas pessoas que tiveram um desempenho social, histórico importante, não propriamente político, porque político é uma questão de circunstância”, disse notando que “quem está hoje no poder amanhã não estará” e por isso há o risco dos nomes estarem sempre a mudar.

“Então, por uma questão de honestidade intelectual, deve ser uma perspetiva histórica (...) dar nome às figuras que se notabilizaram histórica e socialmente e que deviam ser reconhecidas a este nível”, disse.

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