O Governo angolano afirma ter esclarecido o Executivo da República Democrática do Congo (RDC), por intermédio do seu embaixador em Luanda, os procedimentos da “Operação Transparência”, que resultou na expulsão de mais de 180 mil congoleses há duas semanas.
A decisão de Angola surge depois de o Governo da RDC ter ameaçado tomar uma posição idêntica em relação aos angolanos refugiados naquele país.
Numa nota enviada às redacções na tarde desta quarta-feira, 17, o Ministério angolano das Relações Exteriores (MIREX) diz ter convocado o embaixador da RDC , Didier Kazadi Nyembwa a quem esclareceu que a operação em causa “não visa exclusivamente cidadãos desse país, mas todos que se encontrem em situação migratória ilegal e que praticam o garimpo” em algumas províncias do país.
Segundo o Governo, a “Operação Transparência, lançada a 25 deste mês, tem como objectivo único o de impedir actos sistemáticos de violação de fronteiras do país, entrada e exploração ilegal de diamantes que se tem vindo a registar nos últimos tempos.
Os secretários de Estado das Relações Exteriores, Domingos Custódio Vieira Lopes, e do Interior, Bamukina Zau, são citados na nota como tendo participado no encontro de esclarecimento ao diplomata da RDC .
Os dois membros do Governo terão ainda explicado que a “Operação Transparência” abrangeu também cidadãos angolanos que praticam o garimpo naquelas zonas.
Luanda considera que o vídeo que está a circular nas redes sociais, insinuando que houve uma acção de tortura contra cidadãos da RDC, não passa de uma “campanha enganosa e de má fé”, tendente a minar as relações entre os dois paises.
Ainda de acordo com o MIREX, o embaixador Didier Nyembwa terá prometido reportar “fielmente”ao Governo do seu país o eclarecimento de Angola e assegurado que, apesar desse incidente, não haverá retaliação contra os angolanos no seu país.
Entretanto, o mnistro do Interior, Ângelo da Veiga Tavares, disse à imprensa que o vídeo está fora do contexto e não tem nada a ver com que o se passou na província da Lunda-Norte.
Por seu turno, a representante do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), Philippa Candler, diz que a sua organização enfrenta mais dificuldades do lado da RDC, no que toca à reinserção dos cidadãos expulsos do que dentro das fronteiras de Angola.