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Foram libertados jovens que exigiam paradeiro de Cassule e Kamulingue


Alves Kamulingue (à esq.) e Isaías Cassule dois jovens angolanos desaparecidos desde finais de Maio, momento depois de terem sido presos pelos serviços de segurança (fotos cedidas pelas famílias)
Alves Kamulingue (à esq.) e Isaías Cassule dois jovens angolanos desaparecidos desde finais de Maio, momento depois de terem sido presos pelos serviços de segurança (fotos cedidas pelas famílias)

Falta de provas forçam os juízes a libertar oito jovens presos no último sábado quando protestavam contra as autoridades que, ao cabo de sete meses, ainda não esclareceram o sucedido com os desaparecidos.

Os oito jovens do Movimento Revolucionário presos por exigirem o a revelação do paradeiro de Isaías Cassule e Alves Kamulingue foram postos em liberdade, sexta-feira, pelo Tribunal Municipal de Luanda, por falta de provas materiais.

“Concluiu-se que houve insuficiência de corpo de delito, nós pedimos pura e simplesmente a nulidade da acusação," disse o advogado de defesa Luís Nascimento.

Os oito detidos já estão em casa mas sob condições. “Saem em liberdade mediante termo de identidade, têm de apresentar os dados de identidade e de residência.”

Esta é a terceira vez, nos últimos meses, que jovens revolucionários são detidos e postos em liberdade pelo tribunal por falta de provas e "isto não deve continuar assim", diz o causídico.

“Não pode se legitimar, por parte da polícia, prisões ilegais.”

Luís Nascimento explicou também que os organizadores da manifestação não podem responder por crimes cometidos por outros participantes num protesto ou desfile, porque o crime não se transmite.

“Não é pelo facto de haver crime que pode ser assacado aos organizadores, porque estes não podem controlar absolutamente tudo.”

Um dos jovens revolucionários soltos deplorou o facto de serem sempre injustamente detidos. “Como já era previsível nós sempre fomos acusados injustamente.”

O jovem avisa que nada os poderá deter. “Nada vai nos parar, não importa o que nos possam fazer, vamos continuar a lutar para devolver Angola aos angolanos.”
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