As chuvas que têm caído há vários dias sobre Luanda deixaram já mais de 10 mortos de acordo com várias testemunhas, mas os Serviços de Protecçao Civil e Bombeiros apenas se referiram a mais de cinco mil casas inundadas e ruas intransitáveis.
O número de vítimas pode ser bem maior, bem como os estragos materiais.
No terreno, a população diz não saber o que fazer frente à situação.
As chuvas têm provocado queda de árvores e inundações de avenidas e residências.
São visíveis os montes de lixo e águas paradas nas estradas que dificultam a mobilidade em várias zonas da capital angolana.
A conhecida Lagoa do Cuelho, em Viana, é o quebra-cabeças do Governo de Higino Carneiro, que recentemente fez o balanço dos seus 90 dias à frente da província.
Carneiro tenta há mas de um mês resolver a inundação que bloqueia a estrada principal de Luanda, que liga a capital a outras províncias.
Mário Domingos, que diariamente utiliza a avenida, disse que “a situação está pior, queremos acções e não exonerações e discursos”.
O taxista Manuel dos Santos diz ter mudado de rota e “que a zona do Zango também está intransitável”.
Por sua vez, a vendedora ambulante Maria Madalena disse à VOA que as chuvas têm criado muitos constrangimentos e no caso dela e das colegas chegam “a não ter qualquer lucro depois de um dia de trabalho”.
Neto Santos, trabalhador de carro-de-mão, lamenta não poder fugir às lagoas porque tem de levar comida para a casa.
Sem se referir ao número de vítimas, o porta-voz dos Serviços de Protecção Civil e Bombeiros de Luanda, Faustino Minguêns, disse que mais de cinco mil casas ficaram inundadas, tendo as chuvas provocado queda de árvores, de painéis publicitários e postos de iluminação e o soterramento de várias viaturas.
A circulação dos comboios do Caminho-de-Ferro de Luanda também está afectada.
Entretanto, fontes diversas admitem que cerca de 10 pessoas podem ter morrido e que há vários feridos.